C A P Í T U L O 26

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Os efeitos do caos

          Eu não tinha mais forças para pensar, não possuía mais lágrimas para chorar

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          Eu não tinha mais forças para pensar, não possuía mais lágrimas para chorar. Aquelas duas últimas semanas, desde o noivado, passara com um borrão confuso e angustiante. Desisti de imaginar como seria a minha vida após o casamento, e passei a viver de modo automático sem esperar muitas coisas dela.

          Era menos doloroso assim.

          Do que adiantaria me desesperar? Do que adiantaria fugir? O problema iria atrás de mim aonde quer que eu fosse. Ele estava dentro da minha cabeça, consumindo os meus sonhos, as minhas emoções, a minha vida e tudo o que um dia fui. Eu me sentia morrer aos poucos, e ser enterrada sob um grande nada do que podia ser feito para resolvê-lo.

          ― Rosas ou orquídeas, Liz? ― Minha atenção se desviou do jardim à frente para Ava. Ainda que estivéssemos à sombra, o dia ensolarado não deixava de realçar seus lindos cabelos loiros que balançavam conforme a brisa suave que soprava.

          Minha mãe estava feliz de certa forma, apesar das circunstâncias assustadoras. Acredito que assim como eu, deixou de pensar no futuro para se adaptar ao presente, já que a minha decisão estava tomada e ela nada podia fazer a respeito. Coube a Ava aceitar e fazer o melhor que podia para o casamento da sua única filha. Eu a entendia, de verdade, eu a entendia, no entanto, o esforço dela não diminuía a minha tristeza.

          Eu insisti na ideia de que uma cerimônia simples era mais que o suficiente, mas como Madeleine havia me alertado, Eleonora estava determinada a realizar aquele casamento com tudo que tinha direito. Aos poucos também acabou convencendo a minha mãe, que depois do que aconteceu no noivado, ficara totalmente relutante a ele. No mais, bastou um encontro com a cerimonialista contratada por Eleonora para despertar a empolgação em Ava.

          ― Tanto faz ― respondi.

          Eleonora e ela trocaram alguns olhares cúmplices, claramente frustradas com a minha resposta. Dado a hostilidade inicial da minha mãe, era até estranho o quanto elas estavam se dando bem, completamente empenhadas com a organização. Os últimos quinze dias havia sido mais que suficientes para que planejassem todo o casamento. Até os convites já estavam prontos e começariam a ser entregues na semana seguinte.

          ― Filha, por favor, escolha uma das duas.

          Eu estava farta de tudo aquilo, mas não tinha forças para contestar.

          ― Rosas ― murmurei e elas se entreolharam outra vez.

          Não entendia por que minha mãe insistia em me levar àqueles encontros com a cerimonialista. Quando ela, Eleonora ou até mesmo a organizadora perguntava a minha opinião sobre algo, eu respondia "tanto faz", e quando insistiam, escolhia primeira opção que me vinha à mente. Algumas vezes elas pareciam perceber o que eu fazia, então, após conversarem, acabavam decidindo pela outra opção, e eu apenas concordava.

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