C A P Í T U L O 32

1.9K 297 310
                                    

Tão perto, mas tão longe 

          O nome dele sendo pronunciado pela voz de Eleonora me trouxera de volta da minha inércia

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

          O nome dele sendo pronunciado pela voz de Eleonora me trouxera de volta da minha inércia. O sangue passara a fluir disparado em minhas veias, tentando amenizar a deficiência de ar que me assolava. A saliva me arranhou a garganta, e gotículas de suor emergiram em minha nuca.

          Seus olhos estavam em mim, especificamente fixos nos itens que eu segurava nas mãos. Rapidamente os joguei de volta dentro da caixa, me esforçando para não demonstrar mais confusão e vergonha do que já estavam explícitos na minha face. Rubor e nervosismo expeliam freneticamente por todos os meus poros.

          Eu tinha que parar de tremer. Tentei respirar, só respirar.

          Mas como eu conseguiria respirar com ele me olhando daquele jeito? Desviei minha atenção para as outras pessoas presentes, o que não ajudou muito porque as que não sorriam tolamente, estavam quase babando. Definitivamente, não. Nenhuma delas parecia suficientemente interessante ao ponto de prender meu olhar. Mas que raiva!

          Era irreal o quanto aquele ser parecia ficar cada vez mais lindo. Independentemente do que estivesse vestindo, a sua presença imperiosa sempre estava lá, intrínseca ao seu semblante autoritário e a segurança que ele refletia em seus movimentos quase mínimos.

          Naquele dia, seus cabelos estavam completamente desalinhados, tão selvagens quanto a sua calça rasgada e as grosseiras botas masculinas. Seus ombros pareciam mais largos e os seus braços mais fortes através da camiseta. Eu nunca o havia visto de camiseta. A pele branquinha de seus bíceps contrastava com o preto do tecido, e essa imagem me pareceu quase hipnotizante, misturada a ideia de que aquele ser insensível e primitivo pudesse ter algo tão macio e agradável de se tocar.

          Droga! Lá estava eu novamente pensando coisas que não faziam sentido.

          ― Vim acertar algumas coisas com Vincent ― respondeu ele sem desviar sua atenção de mim. ― Onde ele está?

          ― Ele ainda não voltou do golfe, mas advinha só ― disse Mad se aproximando dele. ― É o chá de lingerie da sua noiva, e você chegou na hora certa! Estamos abrindo os presentes e acredito que eles muito te interessam, por que não se junta a nós? ― indagou abrindo um sorriso sugestivo.

          De modo involuntário, comecei a balançar minha cabeça negativamente, e só percebi o que fazia, porque Anton havia arqueado uma sobrancelha, e me olhava como uma águia pronta para uma feroz arremetida contra sua caça indefesa. Fora a pior coisa que eu poderia ter feito. O instiguei a fazer aquilo, só porque era o que eu não queria que ele fizesse.

          Ele se deixou guiar pela Mad até mim, e sem pedir licença, se sentou ao meu lado na mesma poltrona solitária que visivelmente não cabia nós dois. Até mesmo porque qualquer lugar parecia pequeno demais quando estávamos perto um do outro.

Contrato de DestinoWhere stories live. Discover now