C A P Í T U L O 29

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Sensação dissonante

Sensação dissonante

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          Não... aquilo não estava acontecendo comigo.

          A minha cabeça girava e dava um nó entre o limite da realidade e fantasia. A situação era tão absurda que parecia surreal, mas realmente estava acontecendo, o infeliz havia me largado naquele lugar que eu mal conhecia, praticamente nua, sem celular ou qualquer dinheiro.

          À medida que fui me dando conta do horror daquelas circunstâncias, comecei a tremer em desespero. O que eu iria fazer? Estava completamente desorientada, apavorada, não conseguia dar um passo sequer, e o ar se tornara praticamente inexistente diante da fúria, do medo, da humilhação.

          Eu nunca havia sido tão humilhada.

          Lágrimas já inundavam meus olhos, e desciam copiosamente pela minha face. "Chorar não diminui suas dores, sua raiva, ou o seu desespero, Liz". As palavras que viraram um mantra aos meus doze anos, voltaram à minha mente para consolar a garotinha sozinha e aflita que eu me sentia naquele momento.

          Pressionei os braços ainda mais forte contra meus seios, como se eles pudessem me proteger do restante do mundo. O que eu iria fazer, o que eu iria fazer, o que eu iria fazer... Olhei para os lados, a rua estava quase deserta, apenas um casal caminhava pela calçada do outro lado, mas ainda não tinham me visto. Talvez eles pudessem me ajudar.

           Eu tentava criar coragem para me mover, quando um carro parou à minha frente me fazendo dar um pulo em um total estado de pânico. Estava tão aturdida, que só percebi ser o carro de James, depois que ele saiu do automóvel e caminhou até mim.

          ― Sinto muito, Srta. Aileen ― falou me lançando um olhar triste enquanto retirava o paletó. ― Posso? ― pediu abrindo o mesmo.

           Concordei com um aceno breve, e a peça fora delicadamente colocada sobre os meus ombros. Não consegui sustentar seu olhar, tamanha era a minha vergonha. Eu mal o conhecia, e James já havia me visto dos piores jeitos e em um dos piores momentos da minha vida. Ainda assim, o mais cruel e triste disso tudo, era admitir que ele me tratava melhor, e que possuía mais compaixão do que o vampiro cujo qual me casaria.

          James não demorou a abrir a porta do carro para que eu entrasse. Já lá dentro, me apressei em passar os meus braços pelas mangas do paletó, e logo após, transpus um lado sobre o outro, cruzando os braços fortemente sobre o meu abdômen.

          ― Como você me encontrou, James? ― indaguei enxugando os vestígios das minhas lágrimas. Ele havia acabado de dar a partida no carro.

          ― O Sr. Skarsgard pediu para que eu viesse buscá-la.

          ― Maldito infeliz ― murmurei sem me importar que James pudesse ouvir.

Contrato de DestinoWhere stories live. Discover now