72) Só procurar uma poça de vômito

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Emma sorriu quando viu Killian retornar do banheiro, porém logo foi tombada quando ele disse:

— Não vou poder ficar. Tenho que ir buscar Regina, ela está em encrenca.

— Encrenca? — pergunta Emma sem entender. Regina é tão centrada, na cabeça de Emma ela não pode imaginar qual tipo de problema a mesma poderia ter se metido.

— Sim, ela bebeu demais numa boate e agora está bem inútil e bêbada. De qualquer jeito, vou indo nessa. — ele deu um aperto de mãos de "bros" em David e disse: — Depois a gente continua a falar da música, hein? Já tenho umas ideias na cachola! — David assentiu meio bêbado o que fez Killian rir. Ele deu um beijinho na bochecha de Emma e, para não soar estranho, na de Mary Margareth também. — Chamem um uber, sim? — disse ele se virando para Emma que o encarava meio balançante de bêbada. — Nenhum de vocês está em condições de dirigir.

— Está bem... — Emma comenta risonha, o que faz Killian balançar a cabeça e rir junto. Depois disso ele vai embora.

Não demora muito para David começar a fazer amizade com caras da outra mesa (um o reconhece e pede um autógrafo!) e enquanto eles jogam dardos, Mary Margareth e Emma ficam sentadinhas na mesa observando e bebendo. Nenhuma das duas estava com a mira muito boa, ambas estavam tontas demais para apostar com um bando de desconhecidos. O mesmo para David, a diferença era que ele estava bêbado o suficiente para apostar com um bando de desconhecidos. Após Emma rir deles, Mary Margareth comenta enquanto brinca com o guarda-chuva de sua bebida em seu refil:

— Você não me engana, Emma. — Emma a encarou sem entender.

— Como assim?

— Eu vejo o jeito como que você olha o Killian. Todo mundo vê. Talvez até o Graham. Menos você. — Emma bufou e riu nervosa.

— Pffff, de onde você inventa essas coisas? — Emma dá um gole em sua bebida tentando sem sucesso evitar o assunto. Mary riu, sem acreditar no que estava ouvindo. Ela não entendia que Emma não podia simplesmente admitir as coisas que sente assim como faz uma pessoa normal.

Na verdade, ela entendia que haviam traumas e barreiras, mas...

Mary Margareth queria muito que sua amiga tivesse a coragem de quebrar seu medo.

— Emma, você é tão teimosa! — exclama Mary Margareth eufórica segurando e apertando as mãos de Emma.

— Mary Margareth, você é tão bêbada! — responde Emma no mesmo tom de euforia enquanto também aperta as mãos de Mary Margareth. Esta solta com raiva e bufa.

— Tá, tá, tá. Vamos fingir que você está certa-

— E eu estou. — Mary Margareth ignora Emma e prossegue:

— -vai me dizer que hoje não foi tipo o melhor encontro duplo da sua vida? — Emma a olhou em um silêncio culposo de quem cala consente. — Eu não sei o quê você está fazendo com Graham, mas sendo feliz não está. E não me engana. Parece slgo artificial, fraudulento. Talvez eu te conheça demais, mas é estranho que você passe mais tempo com o Killian e mais tempo falando do Killian em redes sociais. Na minha opinião faz tudo isso cair por água a baixo. — Emma permaneceu em silêncio. Ela deu sorte e o assunto foi logo mudado.

Mary Margareth estava bêbada demais para ser lógica, mas Emma estava bêbada o suficiente para pensar demais na vida e sofrer com isso. Ela passou o resto da longa noite e todo o percurso do uber pensando em como que talvez ela não estivesse disfarçando direito...

E mesmo assim, estava cansada de tanto fingir.

Deitada em sua cama no calar da noite, sozinha em seus pensamentos, Emma se deu conta de uma verdade. Do motivo pelo qual ela fazia isso, do qual ela seguia em frente com essa mentira do contrato.

Por trás das câmerasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora