Por trás das câmeras

38) Pessoas são pau no cu

Emma se sentiu mal pelo sentimento assim tão mórbido, porém não podia deixar de pensar em como que a internação de Killian numa clínica de reabilitação acabou sendo boa para David.

Killian teve de remarcar muitos shows que ele faria durante o próximo mês, inclusive um bem importante em que ele e Ariel estreariam o dueto que ambos compuseram juntos. A música acabou saindo antes já que já o clipe já estava agendado para lançar no youtube, spotify e outros apps de música por aí. Emma estava com tanta saudade de Killian que entrou no youtube para ver o clipe assim que lançou e não se arrependeu. As vozes de Killian e Ariel combinavam demais. A voz dela parecia um feitiço de tão bela e a dele era tão melodiosa e no ritmo...

Era provavelmente a música menos deprê que Killian já havia escrito o que era estranho porque quando Emma ouviu a música ele estava no fundo do poço. As letras falavam de duas experiências diferentes, porém similares. Dois amores que todos falavam que não daria certo e não apoiavam ficando contra Killian e Ariel.

Ariel contava como era difícil amar alguém que nem sabia da existência dela e como que ficou ainda mais difícil quando ela ficou conhecida e eles se apaixonaram -porque como pessoas são pau no cu ela tinha de ficar ouvindo que era uma interesseira que devia tudo a ele. Emma não a conhecia (quer dizer, no festival Killian a levou no camarim de Ariel e Emma conseguiu um autógrafo, mas ela não considerava que isso era conhecer alguém), mas sabia o que a mídia e as pessoas falavam dela. Ela começou a ficar famosa e logo namorou com Eric, da banda Principados. Apesar de hoje em dia ela ser bem mais famosa do que ele, Emma imagina que as fãs dele que não gostam dela e a mídia não tenham se esquecido disso.

Killian por outro lado contava sobre como que todos sempre falaram que você não pode ir atrás do que não lhe pertence, mas na música ele questiona "se ela não é minha, por que queria estar comigo tanto?". Ele também praticamente faz um desabafo sobre como que essa noção de que um homem pode roubar a mulher de outro homem é uma ideia ridícula, porque tira o foco de que a mulher também é um sujeito na questão e que falar que ela "foi roubada" é transforma-la em um agente passivo que não comete a ação e isso é balela, pois se precisa de dois para dançar tango.

O clipe era bem bonito. O cenário era bell, apesar de claramente falso de uma maneira proposital. O céu era um azul perfeito de mais, o chão estava pintado de verde com alguns traçados falsos pintados para propositalmente não dar profundidade alguma, mas ainda assim lembrar a um gramado. Havia um banco de praça branco e um poste de luz cinza que iluminava de forma muito superficial o cenário. Do lado direito do cenário haviam florezinhas falsas que pareciam moinhos que ficavam girando as pétalas redondas e subindo pra baixo e pra cima. Um sol pendurado no cenário balançava de forma leve perto das flores.

Ariel aparecia com um vestidinho leve de verão azul que batia nos joelhos, sem decote algum e com mangas pequenas. Seus cabelos ruivos estavam presos num rabo de cavalo, bem estilo anos cinquenta. Killian por outro lado, usava uma calça jeans azul escura, jaqueta de couro (mas não a típica que ele usava e sim uma mais antiga, talvez para combinar com o visual de Ariel) e uma blusa cinza bem clara por baixo. O cabelo dele estava normal, apesar de penteado diferente e pra trás. Totalmente estilo anos cinquenta.

A música começava leve e com uma batida suave, mas vai ficando mais rápida e alta. A voz de Ariel começa a cantar indo ela uma estrofe, Killian outra, ela duas, ele uma, ela uma, ele duas e o fim da música em que os dois cantavam juntos.

No clipe Ariel entrava pela direita e se sentava no banco sorrindo ao olhar para o sol. Killian por outro lado entrava pela esquerda com suas mãos nos bolsos da jaqueta e se sentava no banco meio cansado, triste até. Por onde ele passou as flores pararam de balançar pra cima e pra baixo, aumentando um ar mais triste dele.