23.

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Samuel pega o meu número de telefone e pede para marcarmos de sairmos. Para me conhecer melhor. Nos conhecermos melhor.

—Diana, sério, eu nunca esperaria ter uma irmã.

—Imagina eu—ainda estou dormente.

Paramos numa pizzaria. Pedimos a pizza e começamos a conversar.

—Como você soube de mim?—pergunto, ainda desconfiada.

—Eu soube de você há oito anos. Quando mamãe morreu. Nosso pai me levou quando eu tinha cinco anos e deixou mamãe grávida de você. Ele me criou, ou melhor, eu me criei—ele faz piada. –Ele só fazia beber e ficar com muitas mulheres. Acredite, quase toda noite era uma diferente. Mas, pelo o que vejo, mamãe, como sempre, faz um trabalho excelente—ele acena com a cabeça em minha direção.

Permaneço séria.

—Nossa mãe morreu quando...

—Você tinha dezesseis. Sim, eu te vi, mas senti que não deveria chegar até você e lhe falar isso.

—Você já tinha vinte e um...

—Pois é—ele morde o lábio inferior, como eu também faço. –Depois de uns anos, eu soube que você tinha se mudado para o Canadá. Como meu trabalho também estava exigindo a minha mudança para cá, resolvi te procurar. Mas nunca te achava. Desisti depois de um tempo. E agora te achei. Por culpa do destino—ele sorri.

E percebo o seu sorriso. É igual ao meu. Que é o mesmo sorriso da minha mãe. Da nossa mãe.

—No que você trabalha, Sam?—pergunto, agora já começando a me interessar.

—Sou formado em engenharia, mas trabalho como professor de física e de matemática. Sou professor de Ensino Médio.

Permito-me sorrir.

—Deve ser muito bom trabalhar com o Ensino Médio.

—É um pouco trabalhoso—ele faz uma careta e dou uma gargalhada.—Mas eu adoro o que faço—ele sorri. –Eu nem preciso perguntar o que você faz!

Dou uma risada.

—Pois é—respondo. –Mas, por que você foi baleado?

—Ah—ele junta os lábios e aponta para o curativo no ombro.—Descontaram em mim as besteiras de nosso pai.

Fico de queixo caído.

—Meu Deus!

—Pois é, Diana. Ele não era o melhor dos pais. Ainda me lembro como se fosse hoje. Ele me tirou da cama no meio da noite e me forçou a ir embora com ele. Mamãe ouviu meu choro e meus gritos e tentou me ajudar, mas ele bateu nela e ela ficou desacordada no chão. Ele batia muito nela. De certo modo, foi bom ele ter ido embora. A parte ruim foi que ele passou a bater em mim. Mas fico feliz de ter sido em mim ao invés de ser em uma de vocês duas—ele segura minha mão em cima da mesa. Em sua mão, está uma bonita aliança de ouro. –Estou muito feliz em ter te encontrado, Diana, muito feliz mesmo.

Amoleço o meu coração.

—Também estou muito feliz, Sam.

Conto-lhe as novidades. Digo-lhe que estou grávida de quatro meses e que vai ser uma menina. O nome vai ser Aghata. O nome do meu noivo é Juan Rangel, mas ele está na China, no momento. Falo-lhe também sobre Shawn e sua família, em como estão me acolhendo bem desde que cuidei de Karen. Ele fica impressionado. Conhece Shawn Mendes como cantor, um excelente cantor, nas palavras dele. Está impressionado em ser um grande amigo meu.

Comemos e nos divertimos muito a noite inteira.

Depois de tudo, sigo para casa bem mais leve e com um sorriso no rosto. Hoje, eu descobri que tenho um irmão.

Sempre ao Seu Lado {Shawn•Mendes} Livro UmWhere stories live. Discover now