Sempre ao Seu Lado {Shawn•Mendes} Livro Um

10.

—O que acha de sairmos hoje?

—Desculpa, mas estou ocupada hoje... —não quero dizer a ele com o que é, pois já imagino a reação dele.

—Eu te ajudo com aqueles papéis...

—Não!—solto alto ao telefone. Droga! Limpo a garganta e refaço. –Não são papéis. É que... —pensa, pensa.—Eu tenho plantão hoje! Tenho que fazer uma cirurgia hoje. Aí, não vai dar e tals...

—Ah tá. Ok. A gente deixa pra depois, então.

—Claro!—digo ansiosa pra largar o telefone e começar a me arrumar. —Tchau, babe!

—Tchau.

    Desligo e corro para o banheiro. Tomo um banho morno e volto para o quarto enrolada na toalha. Pego um suéter rosa-bebê, uma calça jeans, minhas botas de neve (depois de umas duas ou três meias), um gorro bege, luvas e assim vai. Proteção em primeiro lugar!

   Penteio meus cabelos e coloco perfume. Floflis inclina a cabeça para a direita quando me olha e dou um risinho ao olhar para aquele rostinho fofo e peludo.

  Finalizo com um batom nude sobre os lábios e meus anéis preciosos.  Eu amo anéis.

  Olho o horário.

  MEU DEUS,ESTOU EM CIMA DA HORA!

  Pego a chave do carro e corro pela casa. Abro a porta de casa e fecho quando saio. Corro pela frente da casa...

—Droga...

   ...escorrego e caio de cara na neve. Acabou com toda a minha produção. Ah, dane-se, vou assim mesmo.

    A parte da frente da minha roupa está toda molhada. Minha jeans, suéter, tudo. E ainda borrou o pouco de rímel que eu coloquei. Estou tremendo e fedendo à roupa molhada. Para melhorar, coloco a mão na minha testa e sinto doer. Quando paro num sinal, olho no espelho do carro e vejo que estou com um galo. Que maravilha...

    Chego na casa dos Mendes bem na hora.

—Meu Deus, você está bem?—foi a primeira coisa que Karen falou ao abrir a porta.

—Desculpa, acabei levando uma queda na neve e, bem, deu no que deu.

   Ela fica me olhando por um tempo.

   Eu olho para ela por um tempo.

   Deu aquela vontade de rir.

   Começo a rir. Ela começa a rir. E ficamos rindo do lado de fora da casa, na varanda da frente. Duas bestas, rindo, no frio, na varanda de casa.

    Manuel sai e fica nos encarando.

—Perdi algo?—ele pergunta sorrindo ao nos ver rindo.

    Não conseguíamos parar de rir. Manuel nos coloca para dentro, ainda rindo, e nos dá água. Depois sobe e pega algumas roupas de Aaliyah para mim.

   Troco-me. Quando saio do quarto de hóspedes, esbarro em algo maior que eu.

—Eita, desculpa...

—Hey! Oi! Nem sabia que já tinha chegado e...nossa, isso tá um pouco feio...na sua testa. Vamos na cozinha, vou pegar gelo para você.

   Sigo-o até a cozinha e me sento em uma das cadeiras, com o queixo apoiado nas mão, o observando fazer as coisas.

—Aqui—ele enrola numa toalha e toca delicadamente em meu rosto. Levanto uma das mãos para segurar e acabo pondo a mão em cima da sua.

   E não consigo tirá-la. Sua mão é tão quente, tão macia...