3.

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      Estalo o pescoço. Coloco os ombros para trás e estalo as costas e os ombros. Estou com uma dor de coluna...

—Hey, tudo bem?—Anna entra no banheiro do hospital,em que estou trancada em uma das cabines, e bate na cabine em que estou. 

—Tudo.


     Saio e lavo as mãos. Estou com olheiras.

—Deus... o que foi que fez ,sem ser dormir?

—Hmm...—gemi de cansaço.—Fiquei quinze minutos parada no trânsito, cheguei atrasada ao meu jantar de noivado, estou toda quebrada e a única coisa que eu não fiz ,e era o que eu mais queria fazer, foi dormir. 

      Anne balança a cabeça, reprovando. 

—Você trabalha demais, menina. Por que quer tantos plantões?
—Sei lá—prendo o cabelo num rabo de cavalo.—Acho que me sinto mais em casa aqui do que na minha própria casa. 

—A casa em que vivemos é para o descanso, o divertimento, para alegria e não apenas para tomar banho e servir de enfeite. Eu posso arranjar outra pessoa para cobrir o seu turno. Vá. 

—Nop. Estou bem, sério—olho no relógio de pulso.—Desculpe, tenho que ir ver a última paciente que chegou pra mim. Tchau. 

—Tchau. 

      Saio do banheiro preguiçosamente. Ando normalmente até chegar na porta do quarto de Karen e, ao abrir, me deparo com um rapaz e um homem aos pés da cama dela. 

—Ah, desculpe atrapalhá-los, mas o horário de visita já passou...

—...obrigado por ajudar a minha esposa!—o homem me corta. Ele vem até mim e segura as minhas mãos com força. Esteve chorando, percebo. 

—Não há de quê, senhor. Mas como soube que fui eu quem fez a cirurgia da Dona Karen?

—Perguntei às enfermeiras do andar. Elas disseram que viria daqui a alguns minutos. Eu queria agradecer à você. Eu e meu filho—ele puxa o rapaz e deixa o braço apoiado nos ombros do mesmo.

     Ai. Meu. Deus. Não. Acredito.

    Acho que estou com os olhos arregalados e totalmente paralisada, estatelada na frente daqueles dois...

—Shawn Mendes—falo pra mim mesma.

—Ahn...?

—Ai, meu Deus, é o Shawn Mendes...—limpo a garganta e me recomponho. Meu Deus, sou fã daquela criatura desde não sei quando. E agora ele está na minha frente e minha paciente é sua mãe. Meu Deus...—Desculpe. A Dona Karen está caminhando muito bem. A sua recuperação está sendo até rápida para as poucas horas que se passaram depois da cirurgia. Creio que ela esteja dormindo no momento—falo rápido e, novamente, limpo a garganta. Estou muito nervosa.—Perdão. Há uma grande chance de ela voltar à uma vida quase normal, porém não pode fazer tanto esforço como antes. Deve subir menos escadas, não correr muito, não até o ponto de ficar cansada, deve repousar. Irei ficar acompanhando ela até o máximo que eu conseguir, para garantir que ela possa ir para casa o mais saudável possível—concluo com uma voz de profissional. 

—Certo. Muito obrigado, doutora. Será que eu poderia vir...

—...visitá-la mais vezes?—completo gentil.—Farei o possível para que você e seu filho —me arrepio—possam vê-la ao máximo. Nem que seja de madrugada e que vocês entrem escondidos—sorrio. 

—Muito obrigado mais uma vez. Vamos, Shawn—ele sussurra para o filho.—Vamos deixar que a doutora cuide da sua mãe. 

     Dito isso, eles saem do quarto e me deixam lá sozinha com Karen, que ainda está dormindo. Devo ter ficado paralisada por uns bons minutos até me dar conta de que eu precisava examinar ela.   

    Faço tudo e ,tudo o que faço, é sempre bem-feito.

    Que dia, hein... preciso realmente de um descanso.

Sempre ao Seu Lado {Shawn•Mendes} Livro UmWhere stories live. Discover now