– Meu deus.

– Meu deus mesmo, você conseguiu! Cara, você vai trabalhar no lugar que você sempre quis. Parabéns Lauren!

– Calma, calma... Pera aí, eu não sei se vou.

– Como não? Como perder uma chance dessas?

– É que...

– É que o que? Olha, eu sei que você está acostumada com um Harry mais porra louca, pai de família aloprado que até hoje ainda confunde o lado de por a fralda, mas... Somos parceiros, pode falar comigo, desabafa. Sinto que não tem ninguém que você possa desabafar... Você precisa fazer isso! Prometo não te julgar. – Olhei para ele meio desconfiada. – Tô falando sério.

– OK, vou te contar tudo.

Passei as duas ultimas horas falando tudo, e ele escutando atentamente, meu drama amoroso e unilateral. Afinal, pelo visto sou só eu que sinto algo.

– Tá, deixa ver se eu entendi, você se apaixonou pela sua garota de programa.

– Sim.

– Você levou ela para conhecer seus pais e amigos... Ela fez o mesmo, até revelou o verdadeiro nome dela, coisa que ninguém além de você sabe.

– É.

– Cara na boa, eu fui conhecer meus sogros no dia do meu casamento, e eles me odiavam! Na verdade ainda me odeiam, dizem que eu sou um imprestável. Então eu sinceramente não acho que ela não goste de você. Você me disse que ela passou por um relacionamento traumático, é muito difícil alguém se abrir depois disso. E ela se abriu, abriu a casa dela, a vida dela. A família dela. Eu acho que ela gosta de você.

– Se gostasse ficaria comigo.

– Poxa, cada um é cada um. Ela tem os motivos dela. E ela já te disse o motivo.

– Não consigo entender, se fosse outra aceitaria.

– Tá, mas você mesma me disse que ela não é qualquer uma. E também não é interesseira.

– É, isso ela não é.

– Quanto a proposta de emprego, o que você vai fazer?

– Eu vou para a Irlanda. Não tem nada aqui para mim.

– Tem certeza?

– Tenho, vou imediatamente. Ficar aqui é lembrar dela o tempo todo.

– Duvido que acharei parceira de laboratório melhor do que você... Mas, super te apoio.

– Valeu companheiro... Ou melhor, valeu amigo.

Seis semanas depois.

Tudo certo, apartamento vendido e carro também. Visitei meus pais, eles ficaram tristes afinal, ficarei ainda mais distante geograficamente. Preciso me despedir dela agora, sei que hoje é dia da Camila trabalhar. Camila não, pensando bem, é dia de Karla. Me recuso a dizer que ela é a Camz.

Fui até seu prédio, esperei ela sair, vi ela entrar em um táxi e ir para um restaurante. Não foi difícil conseguir uma mesa, distante, mas consigo vê-la. Depois de quase uma hora, ela se levantou e foi a caminho do toalete, a minha deixa.

Abri a porta ela estava em uma cabine, tranquei a porta e esperei ela sair.

– Laur?

– Karla.

– O que você está fazendo aqui?

– Te segui

– Laur, já te falei para não me procurar, não faz isso.

A Acompanhante de luxo (camren) [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora