CAPÍTULO 58

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Ao acordar me deparei com o quarto de Nate vazio. Somente eu estava jogada na cama gigante e espaçosa.

Minha cabeça doía e a ânsia também fazia parte. Consequências da noite anterior.

Assim que levantei enxerguei um conjunto de moletom na poltrona junto com uma toalha. Eu sabia que era para mim portanto me preparei para tomar banho.

Demorei longos segundos embaixo do chuveiro tentando lembrar do que tinha feito na noite anterior, porém apenas algumas lembranças eram vivas em minha mente. Recordações de eu sendo nada amigável com a futura médica perfeita.

Eu lembrava exatamente do momento em que tinha começado a beber por não aguentar mais ouvir sua voz chata soando em meus ouvidos. Maggie queria deixar claro para Aaron que era estudante de medicina como se ele se importasse com aquilo.

A verdade era que Scott também não aguentava mais a menina e isso fez com que eu me animasse mais ao beber tequila e vodca. Ele definitivamente tinha sido a minha melhor companhia naquela noite.

Por último, pensei em Nate.

Eu nem sequer lembrava dele no bar. Não fazia ideia de como tinha chegado em seu apartamento. Questionava-me mentalmente sobre o assunto que havia tido até chegarmos no local.

Após me ajeitar eu sai do quarto ao ouvir It's my life tocando. Segui pelo corredor logo me deparando com o cômodo onde havia grafites de Young.

Ele estava de costas para mim terminando de fazer um desenho qualquer. Aproximei-me aos poucos, cruzando os braços.

Eu adorava aquele espaço. Gostava de ver a forma dos grafites pelas paredes. O meu preferido consistia nas asas de anjo que Nate havia feito para Ammy.

— Não sabia que escutava esse tipo de música.

Ele olhou rapidamente para trás, assustando-se um pouco. Young também utilizava moletom. Seus cabelos estavam bagunçados. Um Nate diferente do que saia com Maggie.

— Ontem uma pessoa ficou cantando sem parar..

It's my life. It's now or never. I ain't gonna live forever. — interrompi-o para poder cantarolar. — Fala sério, eu amo essa música. Lembro que era pequena e minha mãe colocava para tocar.

Ele sorriu para mim, achando graça.

— Essa parte mesmo.

Devolvi o sorriso, me aproximando de seu corpo. Em seguida, sentei no chão ao cruzar as pernas para poder analisar o que ele desenhava. Eram coisas aleatórias.

— O que está fazendo?

— Liberando estresse. — continuou ao ficar na mesma posição que eu. — Quer tentar?

— Oh, não. Minha cabeça está explodindo.

— Quem mandou beber até cair?

Revirei os olhos ao rir.

— Eu não cai... Eu acho. — franzi o cenho ao pensar. — Espero que não tenha prestado a esse papel, pelo menos.

— Hm, ainda não.

Nate retornou a grafitar, ficando em silêncio. Eu apenas apreciei o que quer que ele estava fazendo. Uma paz interior me preencheu e por breves segundos eu me senti calma ao ouvir a música soando em meus ouvidos.

Por breves segundos eu esqueci de Ethan, meu pai, Emily, Maggie. Esqueci de tudo.

Porém, logo lembrei de algo que estava me incomodando. Do ciúmes que estava sentindo ao ver Nate com sua nova peguete.

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