Novembro, 2015. III.

Depuis le début
                                    

- Tomou algum remédio? - Normani questionou parando de pé ao lado de Lauren.

- Um analgésico...

- Vai precisar mais do que isso, Laur... - Advertiu.

- Depois eu ligo na farmácia e peço alguns desses pra gripe.

Normani encarou a outra encolhida no meio da coberta, ponderou por alguns segundos e suspirou no fim ao alcançar uma conclusão fatídica.

- Vou passar um café! - Anunciou. - Eu sempre soube que esse dia chegaria de qualquer forma. O dia que eu não teria mais escapatórias, cedo ou tarde ele chegaria. - Rumou resignada para a cozinha. - Me dê, ao menos, as coordenadas.

Lauren queria rir, mas seu corpo doía no menor movimento dos olhos.

- Água. Chaleira. Fogão. Garrafa. Coador. Pó.

- Quanto pó? - Questionou aflita.

- Três colheres.

- Por que você não usa cafeteira? - Questionou enquanto preenchia a chaleira com a quantidade de água que considerou suficiente.

- A tecnologia destrói as coisas, não a deixo chegar perto do meu café.

A negra colocou a água para ferver, preencheu o coador com o tanto de pó indicado e ajeitou-o em cima da garrafa. Voltou para a sala e encarou Lauren mais uma vez.

- Você tem um termômetro?

- Não... - Resmungou.

- O que você fazia quando ficava doente em Nova York? - Inquiriu intrigada.

- Chamava o Giusepe... - Lauren respondeu com um beicinho.

- E o que você vai fazer agora? - Normani perguntou levando as mãos à cintura.

- Chamar a minha mãe? - Sugeriu manhosa.

- Você é um bebezão Lauren Jauregui!

Normani pegou o celular no bolso traseiro da calça que usava e rapidamente localizou o número de uma farmácia do bairro. Solicitou que entregassem um termômetro e remédios para gripe, enquanto usava a outra mão para despejar a água fervente sobre o pó amarronzado.

- Quer café? Acabei de passar... - Jacob ofereceu para Camila, que continuava deitada de barriga para cima no sofá da sala.

- Não... - Murmurou em resposta.

Ele parou sua cadeira de frente para a mulher.

- Eu vou encontrar a Ally agora. - Informou. - Ela está muito ansiosa quer se exercitar e respirar um pouco. Prometi que eu e o Red faríamos companhia. - Explicou. - Você quer vir conosco? Pode levar sua câmera e fazer algumas fotos. - Sugeriu.

- Não... - Camila respondeu do mesmo jeito apático de antes.

- Você precisa de alguma coisa? - O homem perguntou complacente.

- Eu não sei... - Confessou num fio de voz e finalmente o encarou.

O homem viu agonia nos olhos castanhos e conhecendo sua dona como conhecia, soube exatamente do que ela precisava.

- Me avise quando você souber... - Sorriu fraco tentando transmitir a ela alguma tranquilidade.

Espaço. Era o que ela precisava então Jacob a concedeu. Saiu para encontrar Ally sem falar mais nada.

Camila Sentia-se envergonha pelo que permitiu acontecer na noite anterior e piorava quando pensava na intensidade com a qual correspondeu e desejou que acontecesse. Precisava contar a ele. Precisava ser sincera e sabia disso. No entanto, ser sincera requeria um discernimento que ela ainda não tinha. Como poderia ser franca com Jake quando não conseguia, sequer, ser clara consigo?

Time After TimeOù les histoires vivent. Découvrez maintenant