Fluxo Interminável

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Jungkook acordou de repente.

No mesmo instante ficou imóvel, piscando rapidamente tentando identificar onde estava em meio à escuridão. Repassou mentalmente a noite anterior a fim de lembrar o que tinha acontecido que acabara dormindo no sótão quando sentiu uma mão repousando em seu braço.

Ali, ao seu lado, estava Jimin ressonando baixinho. Jungkook virou se de lado e, por algum tempo apenas ficou o observando dormir. Ele respirava regularmente, de modo que uns fios caíam sobre seus olhos. No sono, ele parecia em paz e a salvo, completamente alheio da presença de Jungkook ao seu lado.

Quando ouviu a voz familiar de seu pai o chamando no andar inferior, saltou da cama às pressas e desceu tomando cuidado para não acordar Jimin. Encontrou seu pai ao lado da escada. Seus olhos pareciam cansados por trás dos óculos, mas ao ver Jungkook sorriu e assim que ele se aproximou, deu lhe tapinhas na cabeça.

— Você se comportou? — perguntou se dirigindo a cozinha e pegando algumas sobras que Jin havia deixado para o café da manhã.

— Precisa mesmo perguntar? — retrucou e seu pai riu.

— Fiz umas gravações para você. — disse animado.

— O quão profundo foi dessa vez?

O doutor Jeon serviu torrada francesa feita por Jin, acompanhada por mirtilos e amoras com um copo de suco de laranja.

— Vinte e cinco mil pés. — comentou de boca cheia. — Preciso ir para o laboratório daqui a pouco, quer carona para a escola?

— Irei me encontrar com Taehyung no ponto de ônibus.

— Certo. Preciso pedir para Jin recolher uns formulários para o novo estagiário.

Subitamente, recordou do pedido de Yoongi e correu para seu quarto, remexendo em sua mochila. Ao descer, entregou a seu pai o documento, que agradeceu e nem trocou de roupa, indo direto para o laboratório.

Jungkook retestava os músculos à medida que seu pai se afastava e somente relaxou por completo quando viu o Taurus do doutor Jeon sumir na curva da esquina.

Soltou o ar aliviado e fitou o relógio, logo subindo as escadas.

Encontrou Jimin sentado na escada dobrável do sótão com uma expressão sonolenta e sorriu minimamente.

— Era o seu pai? — perguntou assim que Jungkook parou a sua frente.

Ele assentiu.

— E está tudo bem ficar aqui?

— O que os olhos não veem... — Jungkook deu de ombros. — Meu pai passa mais tempo no trabalho e no mar do que em casa, de qualquer modo.

— Isso não te chateia?

— Você está me fazendo companhia, certo? — disse em tom de obviedade. — Então, acho que está tudo bem agora.

Jimin corou ao ouvir aquilo. Mas Jungkook não percebeu, pois foi se arrumar para a escola, então ele se dirigiu para a cozinha. Em cima do balcão encontrou seu café da manhã, que havia sido guardado exclusivamente por Jungkook e sorriu consigo mesmo.

Não demorou muito para o garoto aparecer na cozinha com uma blusa de botão social branca, gravata vermelha e um blazer azul marinho. Os cabelos escuros estavam desgrenhados e a mochila jogada nas costas complementando o visual.

Era somente uma farda qualquer, como a que Taehyung e qualquer estudante usavam, mas Jimin achava Jungkook esplêndido no traje.

— Com o que seu pai trabalha? — indagou desviando os olhos para as amoras em seu prato, sentindo seu rosto corar.

𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍𝐒 ⋆ 𝐉𝐈𝐊𝐎𝐎𝐊Onde as histórias ganham vida. Descobre agora