segunda carta: fúcsia.

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10 de novembro de 2016.
Hoje é meu aniversário, vovó. Mesmo que a senhora nunca tenha me dado um grande presente (sempre fora um par de meias ou cueca), íamos na garagem, que fica ao lado de um terreno cheio de árvores, catar aquelas sementinhas que eu não sei o nome, mas a senhora dizia que iria fazer, um dia, um óleo com elas. Aconteceu que você não fez, e nem irá fazer.
Acho que existem tantas coisas, vovó, que deixamos de fazer! A senhora sabia que era (ainda é...) a melhor pessoa da família, e que eu nunca vou confiar em ninguém como confiei em você. Estou completando meus dezesseis anos e até agora, vó, é o vazio que me completa.

Jaebum lamentou ter escrito tão pouca coisa, mas mesmo assim, deixou ali a carta e apenas uma flor de Fúcsia. Arrependeu-se amargamente de não ter levado um casaco, porque, naquela madrugada, o frio arrasava com sua estrutura.

Tão vazio.

Saiu de lá as pressas, segurando as lágrimas, que teimaram sair, e saíram. Jaebum nunca tinha se sentido tão horrível. Esperava um significado em estar fazendo dezesseis anos, mas não era diferente de quando fez doze.

Perguntas sem respostas o rondava. Com medo de si mesmo, desabou mais ainda em lágrimas.

Estava alcançando o portão do cemitério, chorando alto, quando ouviu alguém gritar, parecia perto:

╶ Ei! Você aí! Está chorando por quê?!

Sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha, afinal, é quase necessário sentir medo de alguém o chamando, no meio da noite, em um cemitério. Olhou para o lado, vendo então uma criatura baixinha, de cabelos pretos (pintados, era visível) e com lábios bem convidativos, embora Jaebum não quisesse admitir, já que o garoto poderia ser um sequestrador, ou até mesmo um morto-vivo, nunca se sabe.

O desconhecido se aproximou e o Im recuou, ainda hesitante.

╶ Pode ter calma... eu não vou te fazer mal nenhum. Eu só estava meio... não sei, acho que preocupado em ver alguém chorando... - Iniciou. Jaebum sentiu um imenso prazer em ouvir a voz macia, mas ao mesmo tempo áspera, que o estranho possuía.

╶ Estou em um cemitério, sabe, acho que preocupado você deveria ficar em ver alguém sorrindo - respondeu irônico, apesar de ainda estar hesitante. Secou as lágrimas espalhados de baixo de seus olhos e bochechas. O outro riu minimamente e disse:

╶ Desculpe o incômodo. Jackson Wang, prazer em te conhecer - estendeu a mão.

╶ Jaebum, Im Jaebum, o prazer é meu - fez o mesmo. ╶ Eu, hum... já estava indo para casa... então, nos vemos por aí? Eu venho aqui às vezes, talvez a gente se veja aqui de novo.

╶ Claro, claro! Também venho, algum dia a gente vai se esbarrar novamente. Então, tchau, "James, James Bond" - os dois riram com a referência, se despediram novamente e casa um seguiu seu caminho, pensando o quão inconveniente foi esse encontro, mas com um sorriso disfarçado no rosto.

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so, eu mudei a data do aniversário do jae, blz, perdoem o capítulo pequeno, mas não quis deixar uma primeira impressão ruim demorando pra postar um capítulo e blablabla.
quem entende de flores aqui, me responde pls, as fúcsias são roxas, azuis, ou existem das duas cores?

fault. +✿.* jackbum [cancelada]Where stories live. Discover now