Capitulo 24

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Era ridículo estar tão impaciente, mas Christopher percebeu que caminhava ansioso pelo quarto, esperando a suave chamada e podia jurar que cada vez que ouvia, sua ereção crescia.

Os servos colocaram uma pequena mesa redonda de almofadões para que pudessem sentar enquanto comiam. Em vez de estar rodeado de criados, pediu uma refeição fria que consistia de carne e especiarias, arroz, pão e frutas. Uma garrafa estava colocada perto de duas taças e notou que gostava do implícito simbolo que representava, que esse intimo encontro entre ele e a adorável lady Dulce era uma especie de troca de algo mais além do intenso prazer sexual.

A suave chamada que esperava o fez deter o caminhar impaciente.

– Entre. –pediu.

Ficou sem fôlego enquanto Dulce entrava recatadamente no quarto. Sempre estava deliciosa, mas sempre a via com a fina túnica de seda que ela tirava quase imediatamente ao chegar. Esta noite sua esbelta figura estava envolta de um vestido muito justo, e essa visão o golpeou inexplicavelmente por sua delicada feminilidade e sua fascinante beleza. O tecido era azul, e seu ruivo cabelo sempre espetacular e solto, caindo sobre seus ombros nus, foi trançado com fitas que combinavam com o vestido. No pescoço usava uma fileira de pérolas que resplandeciam contra o tecido e sua pele perfeita.

A porta se fechou silenciosamente  atrás deles e ficaram sozinhos, embora tivesse certeza de que seriam vigiados a cada minuto que passassem juntos.

– Esta muito bonita. –disse com sinceridade.

– Obrigado Milord. –olhou-o através de seus longos cílios.

– Estou contente que tenha aceito meu convite para jantar.

– Estou agradecida que tenha me honrado com seu convite.

Ele arqueou uma sombrancelha e murmurou:

– Também me agradaria que se unisse depois, para satisfazer um tipo diferente de necessidade física. Mas primeiro, sente-se, por favor e deixe que lhe sirva uma taça de vinho.

– Se for seu desejo, Milord. –se moveu elegantemente até a mesa, e se sentou em uma das almofadas, com as pernas ocultas por suas longas saias.

Adorava como suas longas pernas se enroscavam ao seu redor enquanto se movia dentro dela. A pressão de suas coxas enquanto protestava, sem palavras, diante de suas retiradas, a estreiteza de seus músculos quando se afundava em seu interior...

Se não dominasse seus desejos, pensou ironicamente, não jantariam nunca. Serviu uma taça de vinho para cada um e lhe deu uma.

– É uma bebida bastante forte, terá que acostumar-se a ela, mas eu gostei muito.

Dulce tomou um pequeno gole.

– É doce, mas não enjoativa.

– Tomei algo parecido enquanto estive na Escandinávia, –comentou enquanto se sentava, olhando a delicada maneira como ela provava a bebida– Também era uma bebida forte, mas os nórdicos desses paises bebem substancias ainda mais fortes. Compreendi que assim combatem o frio dos longos invernos. São ferozes guerreiros e pouco expressivos. Passei um verão próximo a um fiorde, que é como chamam as profundas enseadas que atravessam suas montanhas geladas. O cenário a deixaria sem fôlego e o sol nunca sai completamente.

– Viajou muito, Milord?

– Sim, –admitiu.– Volto para casa de vez enquando para cuidar dos negócios da familia, mas queria ver o mundo, não passei muito tempo na Inglaterra ultimamente. –se tivesse passado, acrescentou silenciosamente, a teria conhecido antes, e se o tivesse feito, pensou com convicção, nunca poderia esquece-la. A poderosa atração de lady Dulce Savinon era memorável.

– Quando retornar, –continuou, tomando um gole de sua taça.– Tenho a intenção de me estabelecer e viver de acordo com meu titulo e posses. Minha ânsia de conhecer o mundo já foi satisfeita, e estou preparado para uma vida mais tranquila.

– Estou certa de que sente falta de sua esposa.

Disse de modo tão suave que quase não a ouviu. Olhou-a sobressaltado, e percebeu que pela sua falta de liberdade para falar de coisas pessoais, ela conhecia muito pouca coisa dele alem do nome.

– Não sou casado. –respondeu sem alter-se.– Ainda não.

Durante um longo momento somente se olharam e Christopher pensou ver um breve brilho de lagrimas em seus olhos, antes que procurasse sua taça de vinho e tomasse um rápido gole.

– Espero que esteja faminta. Por favor, vamos jantar.

Enquanto compartilhavam a comida, Christopher tentou manter a conversa focada nos assuntos dos quais ela podia falar, revelando um pouco de si mesmo tanto quanto era possível já que certamente haveria mais questões que ela devia querer saber, mas que não podia perguntar. Era frustante não ser realmente capaz de falar com ela livremente.

A advertiram varias vezes, adivinhou, que não revelasse nada de si mesma. Claramente nem Lele nem o sultão sabiam que ele conhecia sua real identidade. E já que o sultão havia deixado a vida dela em suas mãos, Christopher não queria fazer nada que prejudicasse a oportunidade de conservar seu extraordinário presente. Portanto, era melhor que falassem o minimo possível e passassem o tempo de outra maneira.

Com um pouco de sorte poderiam falar na viajem de volta a Inglaterra.

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A Perola Das ÁrabeasOnde histórias criam vida. Descubra agora