Capítulo 8

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Sem correção,

Liara

Não deixo que ele perceba, mas meus pensamentos voam em rumos desconhecidos. Havia tantos promotores ruins, que eu me vi ali, fazendo parte daquele meio.

Eu só não conseguia ainda ver uma resposta, por estarmos passando um momento delicado sem a Valentina.

O Cairon tinha uma estratégia para trazê-la de volta. Deixá-la voar. Quando entender que ninguém... Ninguém no mundo nos ama mais que nossa família, voltará.

Mesmo assim liguei duas vezes para a casa da coleguinha sem a que ele soubesse e pedi também a mãe da menina que não contasse nada à Valentina. Eu precisava de notícias.

O Cairon ontem me informou que o limite do cartão dela está estourado. Ele cancelou a matricula dela na escola, já que hoje é sexta feira e ela ficou uma semana sem ir à escola.

Cancelou também todas os outros cursos, como idiomas, natação e outras atividades que ela fazia impostas por nós. Como não compareceu a nenhuma delas durante a semana ele trancou as matrículas.

- Mãe?

- Oi Benjamin. Desculpe filho estava distraída.

- As meninas disseram que a Valentina anda muito triste e chorando. - Me levantei da poltrona que esta reclinada e o olhei nos olhos.

- Como assim filho? Aconteceu algo?

- Nada sério. Elas acham que sente falta de casa.

- Quando estiver filho, ela voltará. Não podemos ir buscá-la. Isso seria dizer que ela estava certa todo o tempo. A Valentina tem que aprender que não podemos fugir dos nossos conflitos. Temos que resolvê-los. Encará-los de frente.

- Você sempre diz isso.

- Igual a você. Marquei hora com uma tutora para te ajudar com as matérias que não entendem.

- E eu disse que não queria ir. Meus amigos vão pensar que sou burro.

- Filho todos nós temos direito de não entender algo. Não são todos que nascem superdotados de inteligência. E são vários os fatores que nos impedem de entender certas coisas. Não é por isso que seremos burros. Ah e outra coisa. Quanto a seus amigos...

- Já sei, já sei. O pensamento deles não determina quem sou e nem minha capacidade.

- Isso mesmo. E se algum deles disser algo, ou fazer algum tipo de brincadeira com suas limitações, examine bem se é seu amigo de verdade. Quais são as nossas máximas?

- Ter objetivo na vida, não ter vergonha de ser bom e escolher bem nossas amizades. - Ouvi isso na minha crisma em minha cidade e nunca mais me esqueci, e quis passar aos meus filhos.

- Isso mesmo, garoto esperto. Espero que sua irmã se lembre que não devemos ter vergonha de sermos bons e nem da família que temos. Porque quando os amigos que escolhemos vão embora, seja boa ou ruim a família continua sendo família e nos espera de braços abertos.

- Eu...

- Fala filho. - Eu conheço quando o Benjamin quer dizer algo ele fica rodeando e enrolando e acaba não falando.

- Tem uma amiga minha. Na verdade ela estuda com bolsa na escola e disse que podia me ajudar.

- Hum... Ela é tão esperta assim?

- Sim mãe. Ela é muito inteligente e só tira notas boas. Só que...

- Só que?

- Ela perdeu os pais e os tios não têm como mantê-la na escola. Por isso a diretoria deu a ela uma bolsa. Às vezes eu divido meu lanche com ela.

A Esposa do Juiz - RepostagemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora