Capítulo Seis

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Em revisão... 


Liara

- Ficou sabendo? – A Késsia entra em minha sala. - Um dos promotores está assumindo outra cidade como Juiz e terá uma vaga na promotoria. Vai tentar?

Ela parecia tão feliz, mas quanto a isso eu havia desistido. Trabalhar em outra cidade estava fora de cogitação. Nunca me deixariam assumir ao próximo ao Cairon.

O Cairon e eu, chegamos uma vez a discutir seriamente por causa do assunto. Ele tinha consigo que eu poderia ir muito além se não fosse por ele ser juiz.

- Já cheguei bem mais longe que pensei um dia chegar Késsia. Estou feliz com o que faço e estou em um caso grande, me foi dado de presente.

- E a Valentina como está? – Ela puxou a cadeira e sentou-se.

- Está bem. Mas se puder passar por lá e conversar com ela.

- Passo sim. Talvez eu possa busca-la na escola um dia destes da semana.

- O Cairon não disse nada, mas sei que está profundamente magoado com ela a ponto de a estar evitando a semana toda. Não foi almoçar no horário, quando foi. E a noite deixou de jantar por dois dias.

- E ele acha que assim ela compreenderá que ele a ama?

- Acho que não é bem essa a intenção dele. Creio que é para que compreenda que está muito decepcionado com ela. E ela sentirá, porque sempre foi ele a fazer todas as suas vontades.

O assunto passou por família, maridos e trabalho. Voltou novamente a alguns pontos dos quais tínhamos falado até que recebi um telefonema da Josy.

Ela andava sumida, e com motivos. Agora como Juíza de uma comarca vizinha, quase não tinha tempo para as amigas.

- Doutora? – Brinquei. Mas senti que sua voz, mesmo quando perguntou pelas crianças e pela Késsia, estava preocupada. Mas não quis dizer o motivo. Depois desligou eu brinquei com a Késsia.

- Achei essa ligação um pouco estranha. Está acontecendo algo?

- Não que eu saiba. Mas precisa ir ao fórum, e talvez lá descubra algo.

Peguei minha bolsa e sai. Caminhei pela rua dos poderes. Primeiro, passei no gabinete do Cairon, como ele ainda estava em reunião, desci até a garagem para deixar algumas coisas no carro dele.

Quase chegando ao carro eu me desequilibre e por pouco não fui ao chão. Por pouco não... Por duas mãos enormes que me seguraram.

- Obrigada! Eu devia prever que esse salto não aguentaria uma caminhada maior que... – Olhei para cima e ele me observava silenciosamente. Negro, devia ter seus 1,88 por aí. Barba cerrada e cabelo cortado à máquina número um e alguns desenhos no corte do cabelo. Lembrou-me muito um ator de filme americano.

- Algum problema por aqui? – Eu havia me perdido na comparação com o ator americano e nem percebi que o Cairon estava chegando.

- Ah não. – Me arrumei e me coloquei firme sobre as pernas.

- A moça se desequilibrou e a ajudei.

- A moça em questão é minha esposa. E me parece que ela já está bem.

- Obrigada. – Ele continuou seu trajeto rumo ao TRF e eu esperei que o Cairon viesse até a mim. - O que foi isso?

- Isso o que?

- Você foi mal educado.

- Não fui.

- Claro que foi. O homem estava apenas me ajudando, se não fosse por ele, teria me machucado ao virar o pé com esse salto de quinta que inclusive me venderam por uma fortuna.

A Esposa do Juiz - RepostagemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora