RECOMEÇO (Romance Gay)

11 - A vida e as mentiras - parte 1

Por Math

Que título bosta!!
Mas faz todo sentido com o que vai vim a ser narrado aqui.

Vocês viram? Aquela mulher só apareceu a dois dias nas nossas vidas e já causou mais estragos que o furacão Catrina.

A história dela estava mais difícil de engolir que a música bon appetit da Katia.

1 SEMANA
1 FODIDA SEMANA

Era o tempo que o Pedro estava sem olhar na minha cara. Mas não me abalei por isso, eu não achava que estava errado de jeito nenhum.
O pior aconteceu quando tive que voltar ao trabalho.

Eu estava lá, lindo por fora, destruído por dentro, tentava correr pra chegar na minha sala antes que meu chefe aparecesse.

Mas sabe como é a vida né?!
Ela gosta de brincar com você, fazer você ficar com uma cara de otário nos piores momentos.

Eu corria quando esbarrei em alguém.

- Desculpa... - dissemos juntos

- VOCÊ!! - novamente dissemos juntos.

Parado na minha frente em todo o seu explendor, com toda a sua beleza e com toda a sua raiva por ter recebido o número errado: Ricardo.

- Eu te conheço? - fiz a linha egípcia sonsa

- Não se faça de tonto. - rugiu com um bico lindo na cara - Não precisava ter me dado o número errado.

- Eu não dei errado porque quis - mentiraaaaa - Afinal, oque faz aqui?

- Eu estou sendo transferido para essa sede. - respondeu carrancudo - obvio que te falei isso

- Falou?! Bom, nos vemos por ai... - forcei um sorriso cínico - Estou atrasado...

- É mesmo? - um sorriso maldoso surgiu no seu rosto - Saiba que vou descontar do seu salário esse atraso.

- Nem se você pudesse - sibilei com um sorriso vitorioso - agora licença!

Passei por ele com o nariz em pé e me dirigi a minha sala.
Me joguei na cadeira, mas não passou nem dez minutos até meu chefe passar pela porta.

Carlos Santiago, é um senhor baixinho, gordo, ranzinza, mas muito legal.

- Jesus! - exclamei alto o suficiente pra eles ouvirem - Não se pode ter nem um segundo de paz!

- Ora, Tenho novidades - respondeu ele com seu largo sorriso de sempre - Quero lhe apresentar o Ricardo, ele vai me substituir na diretoria da empresa.

O celular que estava na minha mão caiu no chão com o choque da notícia.

- Era apenas isso - completou se retirando da sala

- Parece que agora eu posso - me lançou um sorriso cínico e saiu da sala

Minha vida não poderia estar mais bagunçada.

Nessa semana que passou, notei que o Pedro estava mexendo muito na conta bancária, como ele ainda era menor de idade, eu tinha controle disso, as retiradas estavam ficando maiores a cada dia.

Vocês estão de prova que eu avisei sobre aquela mulher, não é?
Mas ele me escuta?
Obvio que não, e eu também não fazia esforço nenhum para falar.
Até que...

- Precisamos conversar! - eu estava sentado no sofá quando ele passou pela porta, apressado como sempre.

- Olha, agora eu não tenho tempo...

- SENTA! - berrei furioso, e ele assustado sentou - Você está dando dinheiro para aquela mulher?

- Isso te interessa? - perguntou com sua carranca, adquirida recentemente e usada somente comigo

- Vou tomar isso como um sim...

- O dinheiro é meu, você não tem nada a ver com isso! - disse ficando de pé

- Eu não me importo com o SEU dinheiro, não me importo que queira recuperar o tempo com sua adorável mãe que abandona de crianças... - a raiva e mágoa já tomava conta de mim novamente - Mas se eu desconfiar que você deu mais um centavo a aquela mulher, eu bloqueio os seus cartões, sua conta e oque mais estiver no seu nome.

- Pois quero ver você tentar - respondeu se levantando - eu não tenho culpa se você não consegue aceitar o fato de eu está reencontrando minhas raízes...

- Mas isso não são raízes, essa mulher é um tronco mofado e cheio de cupins usurpadores de dinheiro

- Não fale de quem você não conhece - falou andando até o quarto, e eu atrás - Não tenho culpa se você não consegue ser feliz. - O som da minha mão de encontro com o seu rosto doeu mais em mim do que nele..

Ele passava a mão no rosto como se não acreditasse no que estava acontecendo, na verdade nem eu acreditava no que estava acontecendo, olha a que ponto chegamos.

- Não admito que você fale assim comigo, não admito que me desrespeite por causa de uma golpista barata!

- Isso não vai ficar assim! - respondeu com os olhos cheios de lagrimas.

Depois de pegar um mochila e jogar umas poucas coisas dentro ele saiu se esbarrando em mim.