6 - Destino

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Por Math

- Como assim você saiu com um policial? - eu estava fazendo de tudo para controlar minha raiva - Você não tem idade pra ta saindo com homens!

- Quanto drama, Jesus! - O ouvi suspirar do outro lado - Não sei porque minha avó foi te contar

- Usando as palavras dela, ela está preocupada com o seu cu...

- Vocês não conseguem formular uma frase sem usar palavrão? - ele estava rindo? - Que boca suja!

- Suja vai ficar a sua cara quando eu arrasta-la no chão, se eu souber que você perdeu esse cabaço antes dos trinta - respondi furioso - Não quero meu Bebezinho se iludindo com homens

- o vovô me disse que o senhor perdeu a virgindade com quinze

- Pergunte a ele de que lado ele está? -  como ele pôde jogar meus podres na roda assim?

- Ele está com ciumes, Pedro - ouvi meu pai comentar do outro lado da linha - Ele tem medo que você saia de casa pra ir morar com seu namorado

- Isso nunca vai acontecer, nem que eu tenha que amarrar ele na cama - o demônio já se apossava do meu corpo só com a possibilidade de perder o meu filho - E ele não tem namorado nenhum!

- Mas o senhor tem, não é mesmo? - sua voz estava carregada de deboche - O Bruno me falou...

- Eu tenho que desligar, ligo novamente a noite

- OK, eu te amo, pai

- É bom amar mesmo! - e desliguei logo em seguida

Eu sei que vocês estão curiosas pra saber sobre o fim da noite, então irei resumir para vocês.
Depois que eu desci do palco o Rick me agarrou e me beijou na frente do bar inteiro, fazendo Allan, Bruno e Murilo quase terem uma parada cardíaca.
Vocês tem noção de que aquele foi o primeiro homem que eu beijei desde que Alexandre morreu?

Não!
Não teve sentimento de culpa, ou arrependimentos, ou vontade de largar tudo e sair correndo.
Pelo amor de Lady GaGa, isso é um livro de amor, não uma novela mexicana.

Óbvio que trocamos números, mas eu não tinha coragem de ligar pra ele, e ainda dei meu número errado. Força do hábito.

Enfim, os cinco dias de carnaval passou mais rápido que o namoro da Taylor Swift com o Harry Styles.
Eu estava sem nenhuma disposição pra voltar ao trabalho, ainda tinha essas história de Pedro namorando, eles dois saíram em todas as capas dr revistas de fofoca, eu soube assim, já que não tive tempo para ligar nesses cinco dias.

Minha cabeça latejava depois da ligação, e piorou tudo quando Allan entrou correndo na minha casa, tenho que repensar a ideia de ter dado uma copia da chave a ele e Bruno.

- Eu não acredito no que a senhora fez! - disse ele se jogando em cima de mim no sofá - Tu deu o número errado?

- Não me diga que você deu o certo para aquele amigo dele?

- Por incrível que pareça, sim! - disse retirando o celular do bolso - Olha isso... - ele me passou o celular e eu fiquei abismado com a conversa - O Ricardo está péssimo, o Álvaro disse que ele está péssimo, que por um momento achou que tivesse rolado um clima... Sinceramente, eu não entendi porque fez isso.

- Eu não estou preparado pra desenvolver outro relacionamento... - rebati - Óbvio que rolou um clima maravilhoso, mas fiquei assustado...

- Bixa burra nasce hetero, viado! - disse ele revoltado - Não existe isso de ter medo, tem que se jogar, quicar e rebolar no colo do boy, já faz muito tempo, e é óbvio que está na hora de você se envolver com outra pessoa...

Ficamos em silêncio por um longo tempo, ele estava certo, mas eu sentia que ainda não estava preparado para isso.

- Quer que eu mande o número certo? - perguntou enquanto alisava meus cabelos

- Não, deixa comi está - respondi carrancudo - há essa hora ele não deve nem querer mais olhar na minha cara!

Passamos a tarde toda ali conversando, eu desabafei todos os meus medos e inseguranças.

O interfone tocou logo depois que Allan foi embora

- Senhor Math, tem uma senhora aqui que insiste em falar com o senhor - falou o porteiro - Ela diz que é a mãe de Pedro!

Todo o meu corpo paralisou, e eu perdi a voz.

RECOMEÇO (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora