Estou na cama e não consigo dormir. Já passa da meia-noite, e Tony está ao meu lado, dormindo profundamente, sereno e calmo. O observo, enquanto suspira. Eu quase o perdi. Um carro não se detona sozinho. Por que tentaram matar ele? Ou será que é a mim? Eu tenho inimigos? Observo uma lista mental das pessoas que conheço e "classifico" os que poderiam se quer pensar em me matar. Não sobra muita gente. Alice Braga, ensino médio, era a popular, ou melhor dizendo a vadia da escola, arranhei a cara dela quando armou uma emboscada para John. Ele já tinha se assumido, porém naquele tempo o preconceito era maior.

Abigail talvez? Acho que não. Ela disse que queria falar comigo, hora antes da explosão. Depois do que tudo aconteceu, ela simplesmente foi embora. Porém enigmatista como ela nunca foi, deixou uma carta endereçada a mim. Ainda custo a abrir. Ela deve ter pedido desculpa na carta, eu sei lá. O único motivo de não o rasgar é por causa do meu pai. Ele que me entregou pessoalmente, garantindo que não o fizesse. Homem esperto.

Ainda na cama, sem pregar o olho, descido levantar e beber um copo d'água, ou comer, quem sabe!

Desço as escadas devagar, pois a casa está entregue ao breu. Tato as paredes até chegar na cozinha, que está um pouco mais clara por causa da luminosidade dos janelões da varanda. Abro a geladeira e pego a garrafa de água, abro e bebo direto da tampa. Caminho devagar para a sala, sentando no sofá. Tato a mesa de centro até achar o controle e ligo a TV. quando a claridade invade a sala, vejo uma silhueta de um homem ao lado da TV.

Oro mentalmente para que seja Anthony ou qualquer segurança, funcionário, ou a alma de alguém morto. Mas sei que não é infelizmente. Conheço esse corpo, e sei muito bem de quem se trata.

- Gabriel. - disse com um sussurro. Por dentro de mim se apavora. Minha mente alerta para o perigo eminente. Isso vai dar muita merda.

- Julia. Você é uma mulher difícil de se aproximar. - gelo quando tenho a confirmação pela sua voz. - tive que colocar seus homens para dormir. Mas essa foi a tarefa fácil. A difícil seria fazer você desgrudar do seu amante. - ele estrala a língua. - porém foi mais fácil do que eu pensei.

Gabriel chega mais perto da luminosidade, seu rosto se desfigura entre um rosto de um homem e de um monstro. O que basicamente ele é. A TV ainda está ligada, no monitor aparece um homem desfigurado, não sei bem do que se trata, mas não seria uma boa hora para um filme de terror quando se está acontecendo um. Bem na sua frente. Ao vivo e a cores.

Eu não consigo me mover, correr ou qualquer coisa do tipo. Nem mesmo pensar direito. Só fico olhando para ele assustada e impressionada com a ousadia. Mas o medo prevalece. E se ele fez alguma coisa com Anthony?

Espera o que ele quis dizer que colocou os rapazes para dormir? Não ele não os mataria. Ou mataria. Cada vez mais ele se aproxima, lentamente, e reparo que em sua mão contém uma... arma.

Um pesadelo após outro. Quanto finalmente tomo em si, levanto e fico atrás do sofá, ainda com a garrafa de água mão. Ele está a quase um metro e meio de mim, com o sofá entre a gente.

- Sinto muito pelo seu filho. Não fazia ideia que estava grávida. Mas em minha defesa, eu só queria matar a mãe o pai.

FOI ELE! Desgraçado filho da puta. Ele colocou a bomba no carro. Ele matou meu bebê.

Meus olhos enche de lágrima, quero gritar, machucá-lo, fazer com que ele se arrependa de ter nascido, como ele merece. Que vontade de ter a arma de Clary nesse momento.

- Você... você matou o meu filho. - O acuso de voz alta, na esperança de ser ouvida por alguém além de nós dois. Alguém tem que aparecer. Tem que aparecer. Com o olhar de desdém, mantém fixo olhando para mim, como uma fera pronto para atacar a presa.

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