15.CARTAS NA MESA-Por Vanessa Vendinni.

Start from the beginning
                                    

–A Liv acabou de sair. –Gritei para chamar a atenção.Eu já estava com a porta da sala aberta e não sabia se ela tinha pego o elevador ou seguido para a escada.

–Como saiu? –Jonas encarou-me.

Balancei a cabeça, não tínhamos tempo para conversas, precisávamos impedi-la.

–Vou pela escada. –Falei para seu pai. –Ela conhece alguém com moto por aqui?Liv saiu com um capacete.

Jonas arregalou os olhos e empalideceu no mesmo instante.

–Droga! –Ele começou a apertar o botão do elevador em desespero. –Ela não faria isso, ela nem sabe ligar uma moto....

–O que foi? –Me desesperei com seu desespero.

–Venha, ela deve ter ido ao estacionamento, a moto do Ian está lá. –Jonas me convidou.

Olhávamos os dois para o painel que mostrava em que andar estávamos, tensos ,eu sem saber ao certo a razão mas, o nervosismo se fazia crescente a cada instante.

–Que merda!Essa droga sempre é tão lenta assim? –Reclamei fazendo com que o pai de Liv olhasse para mim.–Me desculpe –cocei a cabeça–eu falo palavrão quando estou nervosa.

Jonas não me respondeu nada, ele mesmo devia estar querendo xingar o mundo.

Após um século inteiro ter se passado, chegamos ao estacionamento, ouvimos o motor de uma moto acelerando, era um barulho muito alto, que ecoava por todo o espaço tornando aquilo assustador.Jonas apressou-se indo em direção da onde vinha o barulho, e logo parou.

–Lívia ,não faça isso! –Ele gritou e eu me apavorei.

Era aquilo mesmo, Livia estava sobre uma moto grande, e pareceu nem ouvir o apelo do pai que permanecia gritando.

–O senhor disse que ela nem sabia ligar uma moto! –Queixei-me ao vê-la partir, Livia parecia saber o que estava fazendo.

Jonas estava pasmo,incrédulo com o que acabava de ver.

–Isso não está acontecendo... –Ele murmurou derrotado.

–Está sim seu Jonas, e temos que ir atrás dela, agora. –Coloquei-me em sua frente, precisava tira-lo do transe em que se encontrava.

Ele correu até um carro escuro e eu fui atrás.

–Vem, temos que impedir que algo ainda pior aconteça. –Ele me chamou com a voz tensa.

Não hesitei, em menos de um segundo eu já estava sentada no bando de passageiro, aquele homem estava a ponto de ter um infarto e não podia ficar sozinho mesmo.

Ele dirigia de forma automática, suas mãos ao volante estavam trêmulas, eu não podia dizer nada a ele, não tinha como ser otimista quando uma garota franzina estava em cima de uma moto que pesava pelo menos umas dez vezes mais do que ela, ainda com vários agravantes, estava descontrolada e ao que me constava, não era exatamente uma piloto profissional.As chances de uma tragédia acontecer eram imensas.

Se eu estava impacta, imaginava aquele coitado.

–Não é melhor ligarmos para a mãe da Liv? –Sugeri depois de termos dado algumas voltas pelo bairro, sem hesito. –Denise pode nos avisar caso ela retorne.

Ele pegou o celular e entregou a mim.

–Ligue por favor, não tenho a mínima condição de falar com a Denise agora. –Jonas estava com muita raiva.

Ao segundo toque ela atendeu.

–Jonas, o que está acontecendo? –Ela estava chorando.

–Sou eu, Vanessa, e estamos atrás da Liv. Ela saiu de moto descontrolada por sua culpa, sua vaca desalmada!Se acontecer alguma coisa com ela, a culpa será toda sua! –Isso era o que eu realmente queria dizer para ela.

Ao seu ladoWhere stories live. Discover now