A ovelha que se tornou um coelho

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No momento em que o sol iluminou o quarto de Elle, a jovem se viu acordando habituada aos horários do orfanato. Se espreguiçou antes de se levantar e ir em direção a porta. Desceu as escadas o mais silenciosamente que conseguiu ao sentir o frio do chão contra o seus pés. Sorriu levemente ao segurar no corrimão da escada ao descer degrau por degrau. Elle acreditava ter sido silenciosa e discreta ao ir em direção a cozinha quando sentiu algo atrás de si. Virou-se assustada e um grito ficou presa em sua garganta ao olhar Gregory Wolf.

Ele a encarava como se ela estivesse lhe transmitindo alguma doença incurável.

— Bom dia, Senhor – Elle o saudou inquieta.

— Gregory ou Wolf.

— Senhor Wolf – Se corrigiu cabisbaixa.

Gregory bufou antes de ignorá-la e seguir para a porta. Ele tinha inúmeras pendencias para resolver na empresa e perder tempo com uma adolescente logo pela manhã não estava em seus planos.

***
Elle continuou parada no mesmo lugar após ver Gregory sair. Sem conhecer o motivo que a fez ficar ali por alguns minutos, deu de ombros ao seguir para a cozinha. A visão da cozinha tornou-se impactante para a jovem ao olhar para os lados abismadas. Ela já vira cozinhas como aquela antes na televisão em algum programa de culinária.

Toda a cozinha brilhava. Nada encontrava-se fora de seu lugar.

— Bom dia criança – Cris sorriu ao vê-la em seu pijama – O que gostaria de comer?

— Ovos se não for problema, leite e um pouco de pão – Recitara o seu café da manhã no orfanato – Eu posso ajudar a fazer.

—Não seja boba, é o meu trabalho fazer isso – Sorriu ligeiramente ante de começar a fazer o café da manhã de Elle, a qual olhou os movimentos de Cris com cuidado.

— O senhor Wolf é sempre daquele jeito? – Se viu perguntando – Quero dizer – Pigarreou diante do olhar indagador da velha senhora – Ele me parece ser sempre infeliz e cruel.

— Talvez ele realmente seja – Respondeu após suspirar – Nem todos somos felizes.

— Acho que tem razão, mas fiquei pensando se ele algum dia sorriu de verdade.

Cris parou o que fazia e encarou a jovem sem conseguir expressar o receio que sentiu diante daquele comentário. Ela temia que a jovem se apaixonasse pelo homem que desprezava todos.

— Não deveria pensar nisso – Lhe aconselhou ao retornar a sua tarefa. – O senhor Wolf é um homem estranho então o melhor é manter distância.

Elle concordou em silêncio ao assentir tentando controlar a fome que aumentava ao sentir o cheiro do ovo sendo frito.

***
A empresa de eletrônicos Wolf se encontrava agitada devido a uma aquisição que seria feita naquele final de tarde. Gregory mantinha a sua expressão inabalável diante dos folhetos que Olivia lhe entregara das possíveis universidade para Elle.

Gregory demorou alguns minutos para encarar a sua secretária inexpressivo. Ele desejava entender o motivo que a fez lhe mostrar algo desnecessário.

— Achei que seria melhor se optasse – Olivia disse como se lesse seus pensamentos ao dar de ombros – Ela ainda é uma adolescente, por isso pesquisei universidade próximas. Imagino que a não queira longe – O sorriso de escarnio e de total desaprovação não passou despercebido para o magnata.

— Talvez eu tenha lhe dado liberdade demais – Resmungou ao pegar um dos folhetos aleatoriamente e estender para Olivia – Este parece um bom lugar.

Inocência (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora