Capítulo 11: Amarras do desejo

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Quando elas se mexeram, pareceu-lhe que muitos sês tinham passado. Mas não, apenas um terço da vela derretera.

– Aceitais um refresco? – Ofereceu Jolau.

Enquanto serviam-se de frutas, pães e marçó, deitados entre almofadas e de pernas misturadas, ela perguntou:

– Queres uma massagem igual, Thana-xin?

– Não. Quero... ser amarrada e pendurada. Depois, façam comigo como lhes der vontade.

– Sério? – Estranhou Phaidros.

– Sim, tenho esse desejo há tempos, mas precisava de quem saiba fazer direito.

– Bom, pediste à pessoa certa. – Disse Jolau. – Essa arte me fascina. Mas deixa-me entender melhor. Queres ser amarrada e apanhar, queres ser forçada a fazer coisas?

– Não, não quero ser uma escrava. Quero ser um brinquedo favorito.

– Entendi. Senta-te aqui e cruza os braços para trás, assim.

Thana sentou-se no chão de pernas cruzadas e Jolau pegou uma de suas cordas vermelhas mais longas e começou a amarrá-la pelos braços.

– Observa, Phaidros-xin. Ela gostaria que aprendesses – Observou Jolau.

– Sim, sim, sim! – Incentivou Thana.

– Há muitas maneiras – continuou a professora, ajoelhada às costas da cliente –, mas algumas não servem para ela, por causa do braço frágil. Não podemos pôr tensão nesse braço, muito menos pendurá-la por aqui. Vamos amarrar os braços cruzados por trás, assim, e pendurá-la pelo tórax e pernas. Firme, mas sem machucar os nervos nos pulsos, parte interna do cotovelo e axilas, por isso ponho pulso contra pulso e amarro por fora. Dobro a corda no meio, dou duas voltas, cruzo, enrolo, dou um nó duplo, pronto! Agora vamos ao peito. Gosto de trançar cordas de duas cores, fica bonito, mas hoje vou ser mais simples, de um jeito bom para um principiante fazer em casa. Passa a corda por baixo das tetas, isso, façamos uma estrela...

Depois foi a vez das coxas e em três tempos, Thana tinha também as pernas cruzadas amarradas.

– Vê, assim a tensão fica bem distribuída. Ela está bem imobilizada, mas confortável. Podemos suspendê-la deitada, sentada, de cabeça para baixo ou de bruços, é só enganchar nas cordas certas. – Passou três cordas brancas sobre uma barra suspensa do teto, amarrou-as nos pontos adequados e suspendeu Thana de barriga para cima. – A graça– acrescentou Jolau – está na entrega e irresponsabilidade total, sem pensar na própria dignidade ou no prazer do parceiro. Além disso, a imobilização intensifica as sensações. Mexemo-nos ao transar, em parte para descarregar tensão e amenizar o prazer, para fugir do excesso. Temos medo não só de perder o controle e ficarmos ridículos, mas de enfrentar o abismo, é como uma prévia da morte.

– Como se sente? – Perguntou Phaidros.

– Uma delícia – Respondeu ela. – Brinquem comigo à vontade.

Phaidros a tomou literalmente e a empurrou como uma bola num pêndulo para o lado de Jolau, que respondeu da mesma forma. Thana dava gritinhos de alegria, como uma menina num balanço. Fizeram-na girar em círculos até deixá-la zonza. Depois a pararam e começaram a fazer cosquinhas, beijá-la e apalpá-la por toda parte, fazendo-a rir e gemer alternadamente.

– Phaidros-xin, teu pau está em condições? – Perguntou Jolau.

– Ainda não cheguei lá...

– Deixa-me ajudá-lo! – Ajoelhou-se e o chupou e acariciou com toda a sua arte enquanto Phaidros continuava a bolinar a buceta de Thana. Quando o sentiu pronto, convidou-o:

– Vai, ela é tua, fode gostoso essa coisinha linda...

– Jolau-xin, deixa-me chupar-te enquanto ele mete! – Pediu Thana.

– Olha, estou toda melecada!

– Eu sei!

Jolau trouxe uma mesinha para se pôr na altura adequada e Phaidros ficou em posição de beijá-la enquanto atiçava Thana antes de penetrá-la. Ensinada a ele por Larissa e Thana, a técnica de atlampiú, "carícia atlante" era a resposta masculina ao atlanmihn, "beijo atlante", os beijos e massagens feitos com a vagina.

Consistia em percorrer com a ponta do pau duro entre os dedos toda a região da vulva e do clitóris com movimentos verticais, horizontais ou circulares, contínuos e lentos e acelerar aos poucos, depois meter com movimentos primeiro rasos e calmos, depois mais profundos e vigorosos e girando contra as paredes da vagina. Muitos meninos de Atlântida começavam a aprender a arte com a primeira namoradinha, antes mesmo de os pelos crescerem no saco. Mas mesmo com relativamente pouca prática, a intenção valia. Muito.

O que não era parte usual do procedimento, mas Phaidros não conseguia evitar, era murmurar bobagens ao fazer isso. Mesmo se Thana não parecia prestar atenção, como nesse caso:

Diabinha querida melada te quero ver gozar muito muito muito minha Malagueta-xin safada sacaninha linda taradinha vou foder tua xereca tão gostoso mas tão gostoso ...

Não demorou muito para Thana largar a xereca de Jolau para gritar de prazer. Em resposta, ele parou, embora ainda não tivesse gozado. Ela suspirou.

– Vem, Pica-pau-xin, me fode, me come, me mata, me ama... – Engrolou Thana.

– Não para. – Aconselhou Jolau, agora limitada a segurar e acariciar a cabeça de Thana. –Mantém ou aumenta o ritmo, se puderes. Quando não aguentares mais, nós trocamos.

– Ela acabou de gozar...

– É meio aflitivo no começo, mas ela se adapta, a excitação sobe mais um degrau e ela goza com mais força. Tu passaste por isso há pouco. Não é para todo dia, mas numa ocasião especial vale a pena, não achas?

Phaidros deixou-se convencer e ignorou as caretas e gemidos cada vez menos humanos. No auge seguinte, ela teve um espasmo e esguichou nele, que gozou no mesmo instante.

– Assim mesmo! – Aprovou Jolau. – Agora troquemos.

Phaidros passou a beijar a cabeça e apalpar os braços e seios enquanto Jolau chupava a buceta e usava um pinto de cristal com forma de saca-rolha, alternadamente. Passou-lhe o pinto mole e úmido no rosto e ela, voraz, o abocanhou. O tesão voltou num instante e ele aumentou a penetração a cada movimento sem receio, ela já lhe mostrara saber como recebê-lo inteiro. Gozou um instante antes de ela esguichar mais uma vez e pegar em cheio o rosto da prostituta e lhe provocar uma longa gargalhada.

– Podemos desamarrá-la – disse Jolau, ao parar de rir. – Ela agora só quer aconchego.

– Desta vez, saíste roubada – comentou Phaidros, ao ajudá-la. – Não te demos oportunidade de gozar.

– Imagine, é meu trabalho e o orgasmo não é o único prazer da foda. Eu me diverti muito!

Ele levou a pequena meio desmaiada para a cama grande de lençóis negros e floridos e deitou-se abraçado a ela, enquanto Jolau a envolvia pelo outro lado. Ficaram assim até a zonzeira passar e sentirem vontade de mais movimento.

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