01 💙 A pior coisa do mundo

Começar do início
                                    

— Tchau, pai — falou, tentando não transparecer seu desapontamento.

Normalmente, André saia bem cedo para o trabalho, então Janessa era a única companhia que tinha no café todas as manhãs, a não ser nos finais de semana. Sentia falta de ter seus pais por perto, mas sabia que eles tinham suas obrigações então fingia não se importar. Pegou uma torrada da mesa e foi interrompida pela mãe, que deu duas tapinhas na sua mão, fazendo com que soltasse-a.

— Nem pensar! Sem lactose e massas na sua dieta, esqueceu?

Janessa era o tipo de pessoa que controlava tudo o que comia. Tinha um corpo em forma e ia a academia todos os dias depois do trabalho. Para Júlia, fora os olhos verdes, em nada se pareciam.

— Ah, que é que tem, mãe? Eu não como uma torrada há séculos!

— Nem deve comer mais. — Lançou-lhe um olhar de reprovação. — Isso é totalmente contra o que sua nutricionista passou pra você.

— Não enche, mãe! Tem muita torrada aí e é um tremendo pecado estragar comida.

— Júlia...

— Tá bom! — revirou os olhos, impaciente para a tigela de salada à sua frente — Salada de frutas, de novo? Não dá pra me sustentar com isso aí não.

— Não discuta comigo, coma logo pra não se atrasar pra aula.

Júlia observou o bolo da moça que estava sobre a mesa, intocável. Ninguém havia comido uma fatia  sequer, e já era possível ver formigas passeando em direção a ele. Pelo menos não seria totalmente desperdiçado. Para que Janessa comprava algo do tipo, se nem ela mesmo comia?

Depois de terminar de comer rapidamente, pegou a bolsa e saiu, sem dizer mais nada. Evitou pegar o elevador e foi pelas escadas com o fone de ouvido nas alturas. Quando finalmente desceu e chegou na portaria, suspirou aliviada. O carro escolar ainda a esperava, pelo menos a correria não tinha sido em vão. Estaria quase tudo bem, se não fosse pela chuva forte que caía lá fora, a qual ela simplesmente não ouviu. A garota arfou impaciente, colocou sua mochila na cabeça e correu para o carro numa tentativa vã de livrar-se da chuva, repetindo o mesmo processo quando chegou na escola.

Quando chegou na sala, Marina, sua melhor amiga, acenou para ela.

— O que aconteceu com você? — perguntou a amiga baixinho, assim que se aproximou.

— Nada — disse, jogando a mochila de qualquer jeito ao lado da carteira onde sentava.

— O que houve? — repetiu — Você não tá com uma cara muito boa.

— Tirando a chuva que eu peguei, o meu fracasso com a sapatilha de ponta na aula de ontem e a dieta que estou fazendo, tá tudo ótimo.

— Então não tá nada ótimo.

— Não aguento mais comer salada de frutas no café da manhã — cochichou. — Sacanagem cortar tudo que tem lactose da minha dieta, nem um iogurte posso tomar em paz. Tudo faz mal. Sei que preciso disso, só que está um saco!

— Na boa, acho essa coisa toda uma bobagem. Não tem nada a ver, você tá se esforçando. Acho que não faz mal tomar um iogurte de vez em quando, sua mãe tá exagerando demais.

— É, talvez seja.

Marina respirou fundo, percebendo o quanto a amiga não estava bem com aquela situação.
— Não deixe que as pessoas digam como você deve ser, Jú — começou. — Não deixe que te moldem a forma que elas querem, procure estar bem com você mesma. — Sorriu. — Se quiser, eu divido meu iogurte com você no intervalo.

Ela sorriu para a Marina, agradecida.
— Você sempre me salva. Mas preciso mesmo emagrecer, não aguento mais ser restringida por conta do meu peso.

— Só quero que esteja bem e se quiser mesmo emagrecer, faça isso, mas não ache que você é pior que nenhuma daquelas garotas. Você não precisa mostrar que pode nada pra ninguém, porque você já pode independente do que digam.

— Obrigada, Mari. Obrigada por sempre estar aqui quando preciso.

Marina sorriu, lançando um sorriso divertido para a amiga.
— Sei que não é do tipo que se deixa vencer fácil e nem pense em baixar a guarda para o que dizem.

Júlia sorriu a amiga e lançou-lhe um olhar de cumplicidade. Era incrível como Marina sempre sabia o que dizer. As duas se conheciam há pouco mais de um ano e só se viam na escola praticamente, mas isso não impediu que o laço entre elas se fortalecesse. Mari tinha outras coisas para fazer fora do horário da aula, mas por mais que não pudesse estar sempre por perto, Júlia sabia que podia contar com a amiga para o que quer que fosse.

Não existe nada melhor do que saber que você sempre terá alguém com quem contar e poder fazer o mesmo por essa pessoa. Marina sabia do potencial que a amiga tinha, e para ela, não havia nada de errado com Júlia. Ela era sua melhor amiga e a achava incrível assim como era.

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Oi meus amores! :)
Sejam muitos bem vindos
a mais uma história com muito
amor e carinho para vocês! Hoje é o meu aniversário e como presente, quero dar esse primeiro capítulo a vocês!❤
Tô bem nervosa nesse início, especialmente porque é meu primeiro livro escrito em terceira pessoa, AI MEU CORAÇÃO!

Espero de coração que gostem desta história, pois é muito especial para mim. Deixem aí a opinião de vocês sobre a narrativa e o início, vou amaaaar saber! 💕

Um grande beijo, e não esquece de deixar suas primeiras impressões, sugestões, críticas e a estrelinha pra ajudar na divulgação, em?
Até mais! ;D

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Mais Perto do Que se Imagina (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora