perseu

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a mudança de capas ia ser temporária mas tô gostando mt, principalmente a desse livro

Jimin acordou no dia seguinte com uma dor de cabeça. Sua noite de sono foi boa, mas o som estendido de uma trombeta (que foi a razão dele ter acordado) ressoou em seus ouvidos de tal forma, que parecia ter tremido o cérebro.

Uma agitação começou a se tornar óbvia lá fora. Vozes altas eram ouvidas, cascos de cavalo, gritos estridentes. Fazendo múltiplos lençóis de seda branca escorregarem — deixando exposto se corpo seminua — ele se sentou na beirada da cama e encarou a claridade, se deixando acostumar à manhã tardia. Então, se levantou e caminhou até sua sacada, atravessando as cortinas que impediam o sol de entrar obscenamente no quarto através dela. O dia estava bonito, de céu azul claro e vivo, repleto de nuvens finas. O clima estava quente, contrapondo com a brisa gelada. A principal atração, entretanto, estava no pátio.

Um grupo grande de homens montados em cavalos vinha como uma avalanche, preenchendo o anteriormente pacato lugar. Pessoas corriam animadamente em volta deles. Deuses os observavam de longe, ninfas corriam para se assentar e comemorar sua chegada com música, sátiros galopavam e ajudavam-os a saltar do cavalo e remover as pesadas armaduras.

Jimin sabia o que isso queria dizer: um herói havia voltado para o Olimpo.

»

O semideus chegou ao pátio calmamente, em constraste à atmosfera abafada dali. Diferente da maior parte dos que viviam no Olimpo, seu apreço e estima pelos heróis não era muito significativo.

Toda via, quando viu qual era o herói que vinha na frente, a situação mudou. Cavalgando em um garanhão branco, vinha Perseu. Fazia milênios que vivia no mundo mortal. Ele saltou de seu cavalo e retirou o elmo, exibindo mechas rochas gritantes e um sorriso estonteante.

Do outro lado do pátio, Zeus se levantou, correndo até seu filho.

- Perseu! Chegas aqui depois de tanto tempo!

O homem sorriu e aceitou o beijo que seu pai depositava em sua testa. Então, riu um pouco.

- Tenho um nome novo, dado pelos mortais.

- E seria? - indagou Hera, aparecendo de repente.

- Namjoon - o homem sorriu.

»

O Olimpo estava agindo como um formigueiro. Deuses reencontravam seus filhos semideuses, que voltavam do mundo mortal com novidades. As ninfas corriam por aí, cantarolando, e os criados celestes arrumavam o jantar.

Zeus preparou um banquete e convidou todo o Olimpo. Jimin rolou os olhos no momento que viu a extravagância do evento. Nunca entendeu a idealização dos heróis. Guerreiros, brutos. Mortais faziam o mesmo. Ele por outro lado, tinha uma beleza que mortal nenhum poderia comparar, mas não recebia nem metade deste respeito.

- Então - Zeus começou - novidade grandes?

Perseu limpou sua boca e sorriu.

- Você não faz ideia. O mundo está incrível. Sei que você vê ele todo dia, mas viver nele é diferente.

Ele passou para uma descrição detalhada e entusiasmada de uma cidade qualquer na qual ele viveu.

- Quase um poeta - riu Deméter.

Jimin revirou os olhos de novo. Um poeta. Ha.

- Então - soou a voz da sua mãe ao seu lado - algum mortal interessante?

Perseu riu brevemente e balançou a cabeça.

- Muitos. Mas nada que tenha mantido meu fascínio por muito tempo. Por outro lado...

Ele indicou alguém no final da mesa com a cabeça. Jimin não conseguia vê-lo claramente, tendo taças, cabeças e flores em seu caminho, mas sua mãe esticou o pescoço levemente e sorriu maliciosamente.

- O filho de Dionísio encontrou algo mais interessante que o vinho huh.

- Não mais interessante - alguém que Jimin não conhecia disse perto dali - mas com certeza tão quanto.

- E quem é?

- Um tipo de artista. Um garoto de dezenove anos, por aí, se formando em circo - disse Perseu - bonito. Interessante eu diria mas - ele encolheu os ombros.

- Você é cego! - soou uma voz embargada de longe - ele é quase um deus.

Os deuses começaram a exclamar de repente. O banquete se tornou uma pandemônio.

- É apenas uma palavra, por Zeus!

- Palavra? És um estúpido! É o que nos define!

- Humanos não devem ser comparados a nós!

- Estás bêbado! Deixa-o falar asneiras.

Por fim, Jimin não aguentou mais. Ele grunhiu enterrando o rosto entre as mãos e repentinamente se levantou.

- CALAM-TE TODOS VOCÊS! - eles repentinamente se calaram - Não percebem como patéticos são? Comparando-se a mortais. Celebrando heróis que fazem apenas o que mortais fazem também. Vocês se rebaixam, ó deuses do Olimpo. Os milênios passam e vocês se perdem, deixando seu aspecto frio e celestial , tornando-se humanos, falhos, feios. Ó deuses que se sentam reclamando e bebendo, vocês se deixam cair no vácuo da seres mortal! Deixam a aurora de róseos dedos ser substituída pela escuridão, ó seres perfeitos. Impeçam-se de mortais se tornarem. Devem ser distantes, perfeitos, celestes, intocáveis. Lentamente se tornam atacáveis, defectivos - ele sentia a sua taça explodir em sua mão, sem nem ter percebido que estivera apertando-a - mortais.

Ninfas, criados e até deuses e semideuses da mesa se levantaram e saíram correndo atrás dele, querendo ver se ele estava machucado, mas ele os afastou com um movimento de mão.

Eco entretanto insistiu. Essa quantidade de cuidado alheio era uma das desvantagens de sua beleza; era o que Jimin pensava.

O banquete continuou silencioso. Jimin saiu da grande sala, com Eco atrás de si.

yeah there's so much history on these streets and mama's good eats, Oh Wonder on repeat, so much history on my head

suburbia hino de mi vida

NARCISO | MYG + PJMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora