XXXIV-Uma difícil escolha

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Simão, Daniel, Edmundo, Oliver, Jersey e Rômulo permaneciam parados, todos presos por correntes nos pés e nos pulsos, pareciam cansados assim como Sol, certamente estavam trancados numa jaula como Sol, ela os encarou cheia de culpa, durante estes meses longe de casa, e parece que seus irmãos nem eram mais os mesmos, estavam diferentes, pareciam mais calmos ao invés dos ataques de fúrias.
— Nós achávamos que você estava morta. Procuramos por pistas suas, mas nada encontramos. — Disse Oliver que pela primeira vez manteve os olhos verdes concentrados nos da irmã. Sol percebeu que era medo de encarar o malvado rei.
— Então numa dessas buscas, fomos pegos de surpresa na floresta ao sermos sercados por homens com armaduras e outros com cabelos longos e brancos. Continuou Oliver...
— Não tínhamos como lutar com homens armados com espadas e nós apenas com pequenos canivetes, fomos capturados e trazidos para esse estranho mundo, onde tem criaturas bizarras metade homens e metade cavalo e homens que mexem com poderes das trevas.
— São magos seus imbecis. Observou Laian soando intediado.
— Então fomos trancados nos calabouços deste castelo e até hoje não sabíamos o motivo. Concluiu Daniel que parecia exausto.
— Você está bem Sol? eles te machucaram? Perguntou Simão.
— Melhor agora em vê-los novamente!
— Vamos acabar com essa conversa, não foi para isso que os reuni-os aqui, para uma reunião em família, mas sim para um acordo... com você é claro, Sol.
— Eu já lhe disse que jamais concordarei com uma proposta como esta.
— Talvez você mude de idéia ao ver seus queridos irmãos todos mortinhos numa forca caso continue rejeitando minha proposta.
— Por todos os anjos Sol... Não deixe que ele nos mate! Já sofremos tudo que podíamos suportar, pelos céus! poupe nossas vidas minha irmã... — Suplicava tristemente o pobre Jersey que tremia feito gato na chuva, de tanto sofrimento.
— Mas não posso fazer nada meus irmãos! ele me pede algo impossível! não posso trair um reino inteiro.
— Mas somos seus irmãos! como podes negar nos ajudar? Perguntou Rômulo.
— Eu não posso deixar que ele destrua um povo inocente...
— O maldito rei nos disse que tu estais apaixonada pelo reizinho do outro reino, por isso não queres nos ajudar, por que prefere a ele do que a nós que somos carne de tua carne, sangue de teu sangue. És uma grande traidora Sol, isso é o que tu és, sempre soube que tu não merecia nosso afeto por que não passas de uma ingrata egoísta...
— Chega! eu não vou tolerar palavras duras de ti novamente Daniel! nem de vocês todos, não quando sou capaz de dar minha vida por cada um de vocês, pois os amo, mesmo que não acreditem, mas não posso fazer o que este rei me pede, não posso entregar a vida de outros nem por mim, nem por vocês. De que adiantaria eu lhes ajudar, aceitar este acordo tirano e entregar para a morte e escravidão seres e pessoas distintas que me deram um lar, amor e carinho. Eu posso guardar rancor de todos vocês, não minto, mas os amo, seria capaz de tudo desde que não seja pôr a vida de outras pessoas inocentes nas mãos de um homem mal. Peço que me compreendam ao menos esta vez, não sou egoísta quando não aceito tal proposta meus irmãos! sou justa, pois não posso cuspir  no prato que como, não posso trair pessoas, não foi dessa forma que nosso pai nos ensinou. Se teremos de morrer neste mundo, então que morramos, mas que tudo neste mundo continue do jeito que era antes de chegarmos aqui.
— Isso tudo é culpa tua Sol! apenas tua, se não tivesses fugido feito louca pela floresta e chegado sabe-se lá como neste mundo infernal, não estaríamos aqui vivendo como prisioneiros, entregues as maldades deste povo cruel. Estaríamos em casa agora, velando o luto de nosso pai que já se foi. Mas como sempre fostes mimada, sempre fizestes o que bem quer. Agora morreremos todos por tua culpa, só por tua miserável culpa.
— Chega Daniel! nem mesmo aqui, passando o que estais a passar, nem mesmo assim aprendes a ser uma pessoa melhor? — Interviu Simão, o mais justo dos irmãos.
— A discussão está calorosa e não posso deixar de concordar que fantástica, mas meu tempo é precioso e necessito saber em que lado da moeda estão,  do meu lado, ou do lado contrário? Perguntava Laian com ar triunfante.
— Mantenho minha decisão de não trair Caspian, confirmou Sol, convicta de sua escolha.
— Então que morram todos, de todo modo, encontrarei uma outra maneira de acabar com meu primo e toda Eprain, já seus irmãos...  Meus soldados os matarão amanhã pela manhã, na forca em meio ao meu povo, que contemplará a morte de impuros pela primeira vez neste reino, quanto a você garota metida... morrerás queimada, como todas as bruxas devem morrer. Numa fogueira ardente, terás a morte mais dolorosa de todas, como suas amadas descendentes morreram.
— Você alteza! É um ser perverso e monstruoso. ㅡ Sol começou a chorar, por seu fim, de seus irmãos e de certa forma por elas, aquelas belas jovens de cabelos de fogo que vira em seus sonhos.
— Meus elfos a farão calar essa sua boca ao amanhecer. Mas antes, meus magos pessoalmente a consultará, se fores mesmo quem penso que és, primeiro exploraremos seus poderes, ouvi dizer que as bruxas brancas tem poderes inigualáveis, nunca tive a graça de conheçer uma,  até então.... Mas sei que eram tão fortes quanto os elfos e fadas juntos. Seus poderes serão favoráveis para mim, quando meus sábios magos extrairem até a última gota de seu poder para mim, então ainda viva ordenarei que a joguem na fogueira, como meus avós e meus pais fizeram com sua condescendência.

Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}Where stories live. Discover now