XI-Segunda Parte-Depois da Passagem/Príncipe Caspian

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Observei o sol escondido por entre as árvores alaranjadas de outono ao longe, parecia estar tímido aquela manhã, pássaros cantavam em meio a chuva de folhas secas que caiam lentamente dos labirínticos jardins do castelo, as montanhas do reino Sul podiam-se ser vistas da torre de meu quarto, mas era-me impossível chegar até elas. Lá viviam os magos e sua linhagem de bruxos, também haviam os belos Elfos, a última vez que vi um deles, estava em um baile de máscaras aqui no castelo, quando meu primo ainda era bondoso, como eu adorava nossos duelos em meio a chuva fria, como era bom quando nossos reinos ainda estabeleciam certo afeto, quando Elfos e Fadas viviam em harmonia, quando a coroa de Laian não cintilava faíscas de ódio contra a minha. Queria que tudo pudesse voltar no tempo, eu faria tudo ser diferente...
ㅡ Príncipe?
Virei-me para olhar cabisbaixo o rosto iluminado da minha querida Lilive, minha fada guardiã que cuida de mim desde que meus pais se foram.
ㅡ Seu cavalo já está pronto, sua mochila está cheia,o passeio pela floresta o aguarda.
ㅡ Obrigado Lilive, como sempre, muito bem organizada.
Ela sorriu, seus cabelos brilhantes como a pura prata, vez ou outra cintilavam pela luz vinda das janelas.
ㅡ Deseja mais alguma coisa alteza?
ㅡ Sim. Um abraço seu.
Ela sorriu, mostrando dentes afiados e brilhantes. Apesar das diferenças, Lilive sempre me amou como sendo um de sua adorável espécie, mesmo que muitas vezes eu duvide que somos realmente tão diferentes assim.
Ela se aproxima e delicadamente toca-me a face com certo cuidado, seus olhos violetas chamam-me sempre a atenção, ela me abraça e fecha os braços em volta de mim.
ㅡ Tome cuidado meu menino, não vá se arriscar em aventuras muito perigosas, sabes que teu primo anda muito furioso contigo...
ㅡ E quem disse que tenho medo dele?
ㅡ então o digo que não incite ainda mais o ódio daquele ser sombrio. Ouça os conselhos desta fada que tanto lhe ama.
ㅡ Farei como dissestes Lilive, não te aflinjas. ㅡ Ouvindo isso Lilive sentiu-se mais grata e tranquila. Depois de observar bem o jovem príncipe caminhando em direção a porta para depois desaparecer, ela sentia que sem ele nada faria sentido. Por isso seu medo, ela o amava, mas não conseguia controlar os sentimentos que muitas vezes parecia querer a devastar por dentro. Quando nada mais parecia apaziguar bastava ela lembrar quem era e o porquê estava ali.

 Quando nada mais parecia apaziguar bastava ela lembrar quem era e o porquê estava ali

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Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora