XIII-Calem-se Todas as Flores

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Estava há uma certa distância quando avistei alguém caminhar vagarosamente pela trilha que leva ao penhasco que divide o rio Íris. Também não pude deixar de notar a melodia que se estendia pelo vento até mim, logo tratei de tapar os ouvidos com as mãos, meu cavalo logo começou a ficar nervoso pois também ouvia o som mortal, dei um pulo e corri em direção aquela figura que cada vez mais se aproximava do penhasco. Era difícil correr e tentar me proteger do som ao mesmo tempo então gritei e ordenei que se calassem, mas não perceberam minha chegada. Gritei ainda mais alto e os animais da floresta assim que me viram também começaram a gritar para que as flores sessassem com os sons.
A moça estava a um simples passo de se jogar do precipício quando consegui segurá-la em meus braços e afastá-la dali.
As flores se calaram e todas voltaram a dormir.
- O que deu em vocês para despertarem as flores? perguntou Caspian para seus pequenos suditos, os animais de Eprain.
- Não fomos nós alteza... Elas devem ter sentindo o perfume diferente da bruxa do Sul.
Caspian observou a moça desacordada em seus braços, ela não parecia ser uma bruxa. Pelo contrário, era o ser mais belo que já havia visto em todo reino. Pensou o jovem sentindo no peito um estranho sentimento, ainda desconhecido para ele que era ainda tão jovem.
- Por que acham que ela pode ser uma bruxa?
Os animais se entre olharam meio confusos.
- Os cabelos dela pegam fogo alteza...
Ele sorriu ao ouvir isso e não pôde deixar de admirar a bela criatura mais uma vez. De fato ela não era daquele reino, a linhagem de Caspian desde seu avô não possuía mulheres de cabelos de chamas, a maioria eram morenas, assim como ele. Caspian nunca havia visto alguém como ela em toda sua vida, nem mesmo no reino do Sul.
- Ela não é uma bruxa, pelo menos não do reino de meu primo, disso tenho certeza...
- Então quem ela é? perguntou curioso Prateado o cavalo de estima do jovem príncipe, que ganhou este nome por ser de cor prata, tão cintilante quanto.
- Eu não sei... Também desejo descobrir. Disse o rapaz, encantado com a beleza de Sol que continuava dormindo como as flores da floresta. Era um dos efeitos da melodia mortal.
- Ela parece com um anjo. Exclamou ele tocando o rosto macio da garota e suas bochechas rosadas.
- E como vossa alteza sabe que ela se parece com um? acaso já viu algum anjo, meu senhor? perguntou Prateado.
- Não. Diante de beleza tão sublime, não te pareces que ela possa ser um?
O cavalo ficou pensativo enquanto observava a moça, mas nada disse.

Eprain-Uma Floresta Encantada {Concluído}Où les histoires vivent. Découvrez maintenant