Capítulo 2- Blur

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Meu corpo parecia estar congelado.

Olhava para aquelas letras vermelho vivo enquanto a minha mente estava a mil.

Pensava em todas as possibilidades pra aquela situação, não encontrava nada racional o suficiente. Só podia ser uma brincadeira de muito mal gosto já que a pessoa teve necessidade de entrar no meu quarto enquanto eu dormia para escrever algo no meu braço sem a minha permissão.

Talvez fosse um psicopata querendo iniciar uma brincadeira doentia comigo, assim como em Pânico. Um assassino iria matar meus amigos e depois iria atrás de mim para me matar. Mas eu não tinha amigos, então ele teria que vir direto pra mim.

Olhei para o relógio no cantinho da tela do computador, já estava a mais de 20 minutos olhando para a tela sem piscar. "Bem, vamos acabar logo com isso" disse a mim mesma.

Cliquei.

Não demorou muito para se abrir outra tela preta com letras vermelhas, dessa vez eram letras minúsculas em um texto gigantesco; no título dizia "Para minha priminha querida, Nora"

Acredito que parei de respirar por alguns segundos. Estava arrepiada e o medo tomou conta de mim, dei mais uma olhada ao redor do quarto para ver se encontrava mais alguém ali comigo, para ver se encontrava o fantasma de Stella. Não havia nada, apenas o meu quarto sem ninguém, cheio de livros e pôsteres de filmes de ficção científica. Levantei e corri para ligar a luz do quarto, não estava muito disposta a ficar no escuro enquanto lia o texto póstumo da minha prima fantasma.

A luz acesa deixou tudo menos assustador mas não menos bizarro. Que merda era aquela, afinal? Não fazia o menor sentido eu receber uma mensagem de uma prima que eu mal falava e mal me dava bem, assim como não fazia sentido ela ter me visitado seis meses antes de morrer. Sentei novamente em frente ao computador, agora conseguia ver meu reflexo na tela, meu cabelo castanho claro estava porcamente amarrado em um rabo de cavalo bagunçado depois de ter cochilado na cama, o lápis de olho que eu havia passado para o enterro já estava um pouco escorrido por debaixo dos meus olhos, me dando umas olheiras artificiais, os meus olhos que já eram grandes, estavam maiores graças a minha cara de assustada com toda aquela situação.

Tirei o moletom e a blusa que estava usando e fiquei só de sutiã, aquele frio na espinha inicial tinha sido substituído por uma onda de calor nervosa, uma gota de suor já começava a escorrer pela minha nuca.

Respirei fundo, e comecei a ler.




Para minha priminha querida, Nora.

Você deve estar estranhando tudo isso, deve estar se fazendo mil perguntas, mas acredite em mim, não adianta procurar nenhum sentido agora porque você não irá encontrar nada.

Acredito que você já sabe quem é. É sua prima querida, Stella! Óbvio que você deveria saber, já que você só tem a mim como prima.

Bem, tinha, já que eu morri.

É, eu morri, essa é uma mensagem que escrevi antes de morrer. Veja bem Nora, eu tenho absolutamente tudo planejado, tudo o que eu fiz estava dentro dos planos, inclusive a minha morte.

Agora você quer saber porque eu me matei.

Não vou te contar....ainda.

Você vai saber, futuramente, você vai saber de tudo, prometo. Mas você só irá saber se você me ajudar. Veja bem, eu preciso me vingar de umas pessoas que ferraram com a minha vida, e eu preciso que você me ajude.

Filme Nº 7Onde as histórias ganham vida. Descobre agora