Mas então, quando aceito de uma vez que vou morrer e fecho os olhos, implorando que isso acabe o mais rápido possível, a pessoa me solta com brutalidade. Fazendo com que eu bata o corpo e a cabeça na parede e caio no chão frio, sem forças até mesmo para levantar minha cabeça ou para falar algo.

Puxo o ar para os meus pulmões com calma, enquanto tento recuperar um pouco das minhas forças. No processo de puxa e solta, acabo me engasgando um pouco. Um par de sapatos sociais invade meu campo de visão e, com dificuldade, levanto a cabeça, encarando meu agressor me observar com um sorriso de satisfação no rosto. Tento me afastar quando suas mãos venham para me alcançar, mas, novamente, é em vão.

Pietro me pega novamente pelos cabelos, puxando-me para ficar em pé. Grito com a dor que isso causa e dessa vez ele não tenta me impedir. Ele me prende entre seu corpo grande e a parede fria, enquanto uma de suas mãos estão enrolados em meu cabelo a outra está em meu pescoço, apertando não muito forte — por enquanto.

Sinto seus lábios pairando sobre minha orelha, soprando seu hálito gélido e sorrindo como um psicopata.

Quero gritar, mas não consigo. Estou com muito medo.

Ele prometeu! Prometeu que me mataria assim que botasse suas mãos em mim e agora ele vai cumprir.

Lágrimas e mais lágrimas escorrem pelo meu rosto sem que eu consiga segura-las. E isso o diverti, muito.

Novamente tento lutar, me debater, arranha-lo ou até mesmo chuta-lo onde posso, mas é totalmente inútil.

— Implora vadia! Implora pela sua vida — ele murmura, próxima a minha orelha, à medida que sua mão em meu pescoço começa ficar mais apertada.

Balanço minha cabeça, negando.

De jeito nenhum vou implorar pela minha vida, não vou dar esse gostinho para ele, nem que para isso eu morra.

Com brutalidade ele me vira, nos deixando frente a frente, suas mãos nunca deixando meus cabelos ou meu pescoço. Pietro me puxa para seu corpo e, com rapidez, me empurra para a parede. Fazendo eu bater a cabeça e a costas.

Essa doeu, doeu muito. Entretanto, me contive e não gritei, apenas gemi de dor. Sinto algo quente escorrer entre meus cabelos e acho que é sangue.

— Você é tão patética quanto sua mãe — rugiu, tornando o aperto em meu pescoço mais forte. — Também isso já era de se esperar, não? Vagabunda só gere vagabunda. E você consegue ser pior que a sua mãe, que sonhou que eu poderia cair na lábia dela por muito mais tempo, aquela vadia! Sorte que eu dei o fim que ela tanto merecia.

Ao mesmo tempo que o aperto em meu pescoço fica cada vez mais forte, minha visão vai ficando turva, a voz de meu pai ficando longe e outra vez sinto o ar ficando pouco e minha vida deixando meu corpo.

Ao longe escuto Pietro exigir de novo para que eu implore por minha vida. No entanto, a essa altura, não tenho mais voz e muito menos forças.

Meu corpo todo está formigando pela falta de ar. Dessa vez ele não vai parar, irá apertar até que eu esteja realmente morta. Posso sentir o meu fim próximo.

A única coisa de que estou realmente arrependida é de não ter aproveitado um pouco mais do sentimento que descobri ter por Travis. No entanto, pelo lado bom, estarei finalmente paz e livre de meu pai.

Obsession -  Livro 1 [REVISANDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora