APAGAR-SE

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O mar revolto, com seu marear morteiro.

As gaivotas peraltas a brincarem ... voarem.

Não! Nada importa! Nada tem sentido agora

apenas o luto acompanha o viver desse marinheiro.



Seu olhar voltado, perdido no imenso infinito

desejando pela eternidade inda ausente

que possa sentir no peito,

a vida, a pulsar novamente.



E lá no horizonte longínquo

sombra silenciosa desponta

fazendo a esperança, ao coração, voltar.



Certeza incerta, assim mesmo presente

talvez a vida que ressurge

convidando a viver alegremente.



Porém a distância se encurta

e novamente volta a chorar

pois era apenas uma gaivota

que, solitária, vagava no ar.



Ainda assim continua, o marinheiro,

ali, sentado ... inerte na areia da praia ...

parece estar, o horizonte vespertino, a admirar

pois não se sabe aonde vai, seu olhar, pousar.



E outra vez ... muito além se faz notar

uma sombra que cisma eternamente

com sua cansada alma brincar.



Só que desta vez não ri ... não chora ... não vê.

Desta vez um nada como resposta.

Desta vez a certeza de nunca mais acordar!

ALMA GÓTICAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora