Viajo pelo infinito
sinto as dores do mundo
sou itinerante... errante
sou desejo... sou amante!
Vago pelas paragens do absurdo
perdido na fria solidão
vencido pela febre dos mutilados
abatido pelo rugir da multidão.
Padeço no esquecimento do todo
abandonado a própria sorte
sem ter paz... acalanto sincero
nem mesmo o beijo da morte.
Estou ferido... pungido pela maldade
coberto de andrajos imundos
debocha, de mim, a infelicidade
lança-me nos infernos profundos.
Onde estava enquanto agonizava?
Onde estava enquanto morria?
Só precisava saber que me amava!
Só precisava saber que me queria!
Agora já não sou mais eu
sou sombra sem vida... perdida
sou apenas um espectro sem abrigo
alma que agoniza só... ferida.
Seja meu sol na agonia!
Seja minha Luz na escuridão.
Seja a fonte que saciará
a sede de amar de meu coração!
Se não desejar ser minha
seja apenas um caminho
deixe que percorra sua estrada
mesmo que me firam os espinhos.
Sou um lorde sem território
um vampiro sem companheira
minha perdição se justifica
por ser a última... derradeira.
Ao menos chore minha sina
lamente meu fenecer solitário
permita que suas lágrimas
aplaquem este meu voo libertário.
