Porque sou maldito
Vivo à morte desejar
Não me apraz a vida
Tristeza e dor a fustigar.
Porque sou uma aberração
Passo os dias a lamentar
a solidão que me oprime
prisão que me impede de voar.
Porque sou apenas pó
existo isolado, eu só
minha alma sofre a sorte
dos que são nada, mero recorte.
Porque sou anjo proscrito
vago pelo inferno sem esperança
minhas asas foram tolhidas
pelas armas cruéis da vingança.
Porque sou prisioneiro da morte
calo meu grito de rebeldia
sei que não terá fim
minha plangente agonia.