Capítulo 43 - Mudando de Lado

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Alex


Nunca rezei tanto quanto eu estava rezando agora. Não sabia como reagir ao que estava acontecendo, mas tinha plena certeza de que seriam meus últimos minutos em vida. Por que eu decidi sair daquela maldita fortaleza? — Amaldiçoei-me — Estava insuportável, mas, ao menos, era seguro, coisa que, no momento, eu não me sentia.

Fechei os olhos na intenção de fazer aquilo sumir, pois só podia ser coisa da minha imaginação, mas ao invés disso mais deles apareceram. Não sei se era por causa do medo de morrer, mas eu só conseguia pensar na minha mãe, no Thiago, na Mary e na Nataly — Maldita Nataly —. Abri os olhos bruscamente para não voltar a pensar nela e me deparei com um homem aparentemente calmo esperando o meu momento. Desviei o olhar daquele fantasma que estava sentado à minha frente e olhei para o banheiro na esperança de Elisabeth me socorrer, mas infelizmente ela continuava lá. E pensando bem, era melhor que continuasse, pois ela não era uma agente de campo, logo não tinha uma arma ou treinamento adequado para lutar contra um homem como ele. — Eu já estava falando que nem aquela corja de mentirosos. Eca!

— Não precisa ter medo! — Ele disse chamando minha atenção de volta — Eu não vim aqui para te machucar. — Disse parecendo sincero, mas não me convencendo o suficiente. — Eu sei que isso deve ser muito estranho para você, mas eu preciso que me escute. — Um misto de desespero, compaixão e medo tomou conta de seu olhar.

— E por que eu faria isso? — Perguntei ainda estático tentando entender a situação.

— Porque eu sou inocente. — Tocou minhas mãos e eu permaneci imóvel — Pode parecer estranho, principalmente sabendo tudo que colocaram na sua cabeça meu filho, mas não sou eu o vilão dessa história. — Afirmou despertando um aperto no meu peito.

— E espera que eu simplesmente acredite em você? — Tentei me convencer a levantar e sair dali.

— E que escolha eu teria? — Seus olhos estavam lacrimejando — Tudo aponta contra mim, inclusive o tempo. — Sussurrou a última parte. — Só me resta esperança. Esperança de que acredite que eu sou inocente e faça justiça pela nossa família.

— Do que você está falando? — Perguntei confuso.

— De se vingar do verdadeiro traidor. Do homem que matou uma das mulheres mais especiais para mim, do homem que roubou o que era meu e me colocou na lista dos mais procurados, mexendo com a cabeça da sua pequena menininha. — Ele tinha os olhos escurecidos pelo ódio e a dor era perceptível em sua fala — Do homem que me separou da minha família. Que me impediu de ver meu pequeno garoto se tornar um homem.

— Está insinuando que o Anthony fez tudo isso e colocou a culpa em você? — Sorri nervoso e nem um pouco convencido. — Eu sei da mensagem que enviou a eles. Não parecia nem um pouco inocente. — Disse enfurecido.

— Eu só estou tentando fazer o que é certo. — Afirmou — Não há um jeito de tirá-lo do poder se não for lutando. Ele não daria tempo para eu dizer uma palavra ou apresentar quaisquer provas de sua culpa. Ele me mataria e todos continuariam sendo manipulados feito marionetes.

— E por que acha que eu deveria acreditar na versão do homem que nunca fez parte da minha vida e que até mês passado, não passava de um homem comum morto.

— Eles mentem! — Se recompôs — Todos mentem a todo momento. Mentiram para você por mais de oito anos, colocaram uma pessoa para te vigiar de perto, para mentir e te iludir, magoar e persuadir, a sua mãe mentiu sobre o que fazia quando nunca estava presente. Por que não mentiriam de novo? — Sorriu sugestivamente — É como eu disse, todos são marionetes nesse jogo. Tudo está sendo controlado, vigiado. Se algo se move fora do perímetro é explodido e ninguém fica sabendo, pois isso vai para a gigantesca lista de segredos que aquele homem esconde. Você acha que aquela agente que, supostamente eu matei, morreu em vão? Ela descobriu coisas, coisas que levaram a morte dela.

S.W.A. 1 - As Mentiras De Uma VerdadeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora