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Minseok me chamava do outro lado da porta, mas eu o estava ignorando. Eu só queria chorar e lamentar no momento.

-"Deixa eu entrar Chen. Deixa. "

-" Não! Você quer me abandonar! "

-"Eu não quero te abandonar. De onde você tirou isso? "- dizia enquanto atravessava a parede.

Eu já tinha esquecido que ele era um fantasma.

-"Você quer me deixar. Se você se lembrar de como morreu - eu falava entre soluços- você.. você vai se lembrar onde seu corpo está. E se.. E se vierem atrás para velarem seu corpo.. Você vai embora Minnie. Eu.. E-Eu não quero que você vá."

Abracei-me às minhas pernas e senti ele ao meu lado me abraçando.

-"Chen.. Você não quer que eu descanse em paz? "

Levantei meu rosto, molhado de lágrimas e meu coração apertou mais ainda quando vi seu rostinho tristonho.

-"Me responda Chen. Você quer que eu continue preso a este mundo que não me pertence mais? "

Me deu um nó na garganta. Lembrei que fantasmas são espíritos torturados fadados a vagar no mundo dos vivos até quando chegue o momento de irem. Alguns conseguem a paz outros são condenados a vagar por todo o sempre. Há também os que são catados e levados para o inferno.

Eu sou tão egoísta. Como pude pensar só em mim? Eu não vou viver pra sempre. E se eu morrer por causas naturais é provável que jamais o veja novamente se não deixar ele ir. Eu não quero isso. Eu ainda quero me encontrar um dia com ele.

Enxuguei minhas lágrimas e o abracei também.

-"Porquê você não me disse que queria ser libertado Minseok? Assim eu não teria parado nossa investigação. "- me afastei e limpei meu rosto.

-"Te certeza? Não é o que está parecendo. "

-"Como assim? "

-"Você se tornou dependente de mim assim como me tornei dependente a você. Sabe, quanto mais tempo passo entre vocês é mais difícil de eu conseguir libertar meu espírito. "

-"Então quer dizer que eu estou te perdendo aqui? "

-"Não. Eu quem estou me perdendo aqui. Olhe.. "- ele se levantou e foi até minha cama. Se agachou e se ergueu novamente tirando do solo parte do móvel. "Um fantasma só pode fazer isso depois de centenas e centenas de ano. Eu fiz isso só com dois séculos. Eu preciso ser libertado. Se não vagarei por aqui para sempre."- soltou o móvel de uma vez fazendo um som estridente e veio correndo até mim se aferrando em mim novamente. "Eu ainda quero te encontrar Jongdae. Não quero ficar sozinho." - agora era ele quem estava chorando.

Me levantei junto com ele e segurei sua mão. Destranquei a porta e descemos.

-"Não chore mais. Se não eu vou chorar também e minha fome vai passar. E você não quer que eu vá pra casa do Lay com fome né? "

Limpei seus olhos e ele sorriu.

-"Chen.. "

-"Eu. "

-"Você.. Você me deixa provar um pouco da sua comida? "

Franzino cenho com o pedido.

-"Mas.. Você pode comer? "

-"Antes eu não podia. Mas eu sinto que agora posso. "

Sorri e passei as costas das minhas mãos em suas bochechas gordinhas.

-"Só se você me ajudar."- joguei meu braço ao redor de seu pescoço.

Preparei meu almoço com a ajuda dele. Como ele não podia comer muito, fiz só uma porção mesmo.

Fui pra sala e ele me seguiu. Sentei no chão para não derramar farelos no sofá e não correr o risco de ser engolido vivo pelo meu pai. Pedi que ele se sentasse a minha frente. Assim ele fez, sentou-se e cruzou as pernas. Parecia bem feliz em saber que ia provar comida novamente depois de séculos.

-"Está preparado? "- disse enchendo o garfo.

-"Siiim!!! "

Sorri com a ação. Ele parecia uma criança comilona.

-"Abre bem a boca... Lá vai.. "- desviei o garfo de sua boca e levei até a minha. Ele fez um bico e eu ri.

-" Tomara que você se engasgue! "- ele disse brincando e foi minha vez de fazer um bico.

Cortei um pedaço da carne.

-"Agora é sério. Primeiro a carne. Pq se atravessar, não vai sujar o carpete. Abra a boca. "

Levei o garfo com o pedaço de carne até sua boca, e percebi algo. Ele estava ganhando coloração. Percebi seus lábios, gengivas e língua coradas. Seria possível ele tá criando sangue novamente?

Ele abocanhou o pedacinho de carne, e assim como ele sentiu, a carne não atravessou seu corpo. Ele mastigou e mastigou...

-"E ai? Sentiu o sabor? "- perguntei curioso e ele fez uma careta. Fiz uma cara de tristeza e ele riu. -"Oxi! O que foi?

-"Tá ótima. Sério. Agora já sei o porquê que seu pai não contrata uma cozinheira. "

-" Mas essa foi primeira comida que você provou depois de anos. Não pode julgar ainda. "

-"Posso sim. Me dá mais? "

-"Não. Não pode. Esqueceu que você não é vivo? Isso vai ficar grudado dentro de você pra sempre. "

Ele revirou os olhos. Mas como bom estraga crianças que sou, fiz o capricho dele em dar mais algumas coisinhas pra ele provar.

Tomei um banho e troquei de roupa. Esperei dar 15h00 para irmos pra casa do Lay.

Não demorou muito e lá estava Chanyeol fazendo barulho com a droga da buzina do carro. Saí pra fora xingando aquele filho de uma mãe, se é que isso é xingamento, pelo barulho que ele tava fazendo. Ele parou na hora porque se lembrou que fazia mal para Minseok.

Voltei pra dentro de casa e segurei sua mão levando para fora. Tranquei a porta e entramos no carro.

-"É impressão minha ou o Xiumim tá... Mais corado? "- Baek disse virando-se para nós.

-"Também tô achando. Os lábios dele tão até rosados. "-  foi a vez de Chanyeol.

-"Isso é normal? "- Baek pergunta.

-"Não sei." - respondo.

Olhei para Minseok e ele estava de cabeça baixa. Segurei seu queixo e o fiz olhar para mim. Sorri pra ele e ele retribuiu.

-"É melhor irmos logo. "- eu disse e Chanyeol entendeu o recado.

Não demorou muito e logo chegamos até a casa de Lay.

Quase todos estavam lá. Só faltavam Sehun e Luhan que avisaram que iam demorar um pouquinho mas logo estariam ali.


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Até o próximo cap

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          =( ̄ω ̄)=   -Nyaabooooh~~
          (    っ    )っ
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Felipe

Ghost [ChenMin]Where stories live. Discover now