*Bônus* (Megan - Livro 2)

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Amores, o pequetucho bônus do livro 2, será uma história emocionante e em breve estará disponível para vocês adicionarem na biblioteca de vocês. Como sabem, o Livro 1 - Uma Lição de Amor, está no fim e terá o livro 2 e o 3 que será do nosso querido Joseph. Fiquem ligadas... Tia Dany está animada!! Bjs doces 😘

»Megan«

*Ano de 2004*

Eu não deveria estar passando por isso, não deveria ter que enterrar o meu próprio pai, pelo menos, não aos 13 anos. Olho para minha mãe, ela não chora. Seu rosto exala mais alívio do que tristeza. Eu sei que meu pai não era normal, sei que ele tinha seus problemas, e apesar de mamãe achar que eu sou uma criança e que não entendo conversas de adultos, eu entendo. Eu entendo tudo o que eles falam, eu via quando papai surtava e quando ela que sofria por estes surtos. Mas, não era motivo, ele não deveria ter morrido por isso. Eu sei o quanto papai sofreu, ele ia até meu quarto à noite e dizia em meu ouvido quando pensava que eu estava dormindo.

"- Minha menina, minha tão sonhada menina... - Papai engole em seco e respira fundo. - Papai queria ver seu crescimento, queria ver você se tornar uma grande mulher. Papai queria segurar seus filhos e ninar como eu ninava você. - Papai acaricia meus cabelos. - Mas papai tem que ir, esse mundo não me pertence, papai faz mal para a mamãe e papai não quer te fazer mal também."

Eu nunca entendi porque ele falava aquelas coisas para mim. Eu quero entender, eu quero saber, mas mamãe não me conta, ela cochicha com tia Dori, mas sempre que ela me vê por perto, ela muda de assunto e sorrir para mim. Eu já vi papai mal, ele se trancava no quarto com mamãe e eu não via nada, mas eu escutava os gritos de mamãe, escutava os gritos dele. Eu acho que esse não era meu papai. Eu entrava para o meu quarto e ia para dentro do guarda roupa. Eu ficava lá até mamãe aparecer com seus olhos vermelhos, com sua boca inchada. As vezes, papai quem vinha me buscar, mamãe ficava fora por alguns dias e papai cuidava de mim, esse sim era meu papai. Eu ainda não sei dizer o que sinto. Só sei que dói, dói saber que nunca mais verei meu papai.

*Ano de 2006*

A dor não diminui, a gente vai crescendo e começa a entender o que significa a morte, o que significa coisas que você não entendia. Eu fiquei obcecada pelo papai, então venho estudando desde sua morte, tentando entender tudo o que acontecia. Mamãe seguiu com sua vida, arrumou um namorado e agora agi como uma menina de 15 anos, até parece, que eu tenho 36 anos e ela os 15. Faz 3 meses que ela trouxe George para dentro de casa, eu não gosto nada dele. Ele tem algo por trás de seu sorriso, algo que me causa calafrios. Eu tentei falar com mamãe, tentei dizer que eu não gosto dele, mas ela diz que é ciúmes, diz que eu ainda vou me acostumar com ele. Eu não acho que eu vá.

- Filha, estou indo para o salão. Tem comida na geladeira, basta esquentar para você e George. - Meu sangue gela em meu corpo.

- Ele não está no trabalho? - Ela muda sua feição para preocupada.

- Ele disse que estava indisposto. Acordou com dor de cabeça, deve ser alguma enxaqueca. - Eu olho para as escadas, meu corpo grita, sensações que eu jamais senti, medo talvez.

- Ele estava bem ontem.

- Sim, achei estranho, ele precisa de um médico. Tínhamos um almoço hoje com amigos. Eu tive que desmarcar, eu desmarcaria o salão, mas já está agendado a bastante tempo. - Engulo em seco.

- Ele sabia do salão? - Mamãe me olha desconfiada.

- Não, eu o avisei ontem à noite. - Ela toca em meu ombro. - Filha você está bem?

- Eu posso ir junto? - Ela sorri.

- Você nunca gostou de salão, meu amor. Além do mais eu preciso que você cuide de George até que eu volte, sim?

- Mas mamãe...

- Estou atrasada, qualquer coisa me ligue. – Ela beija minha cabeça e sai. Eu não sei porque, mas algo está errado. Eu não gosto nada desta sensação.

Continua... Livro 2 -  Uma Lição de Vida

Uma Lição de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora