Uma Lição de Amor

*Capítulo 23*

»Samira«

Desde que sai de casa, sinto uma sensação estranha, não sei, talvez seja porque eu tenha passado tanto tempo com Ryan, que quando estou sem ele me sinto incompleta. Ele mandou o seu motorista me trazer e me esperar, mas eu não vou deixar que ele fique aqui plantado me esperando.

- Você pode ir e voltar daqui algumas horas. - Digo abrindo a porta e saindo.

- Eu só estou seguindo ordens, Srta. - Ele diz olhando pelo retrovisor. Será possível que agora todos vão me tratar de forma estranha?

- Me chame de Sami, você não precisa ser tão formal. - Ele abre um sorriso cauteloso.

- Tudo bem, Srta... Sami. Mas ainda vou te esperar. - Droga! Reviro os olhos e saio do carro. Dou a volta no carro e me agacho em sua janela.

- Olha, hoje é folga do nosso motorista. Acho que você ainda não sabe as regras. - Sorrio docemente para ele que me olha curioso. - Eu sou uma funcionária, só estou pegando uma carona. Ry... Hum, Sr. Jackson que nos mima demais pedindo aos motoristas para nos trazer para a casa.

- Você não é namorada dele? - Não posso mentir, mas quem disse que não posso omitir?

- A gente fica... - Sinto meu rosto queimar, a gente fica? De onde veio isso? O novo motorista parece confuso. - Sou a babá do filho dele.

- Ah, bom as regras foram bem claras, eu não...

- Me dê seu número que te ligo quando eu estiver indo, tudo bem assim? Sr. Jackson nem irá saber. - Ele pensa a respeito e enfim parece relaxar.

- Será que dá tempo de comer alguma coisa? Mas eu...

- Claro que dá! - Eu o interrompo. - Me dê seu número. - Ele me da um cartão. - Bom apetite. - Corro para o apartamento de Ian, antes que ele mude de ideia. 

Quando chego na porta, meu coração bate mais rápido, eu realmente estou com saudades de Ian. Me sinto um pouco culpada por estar me dedicando tanto aos Jackson's e deixado Ian que me ajudou tanto a estar onde estou. Suspiro e pego a chave na minha bolsa. Antes de abrir eu paro. Será que devo abrir? Já tem semanas que não venho aqui, talvez eu devesse bater na porta. Eu escolho bater, não sei se Ian está acompanhado e não quero constranger ou ficar constrangida. Bato três vezes e forte, para garantir que Ian escute. 

- Já vai... já vai... - Ele diz com irritação. - Não precisa quebrar minha porta e... - Ele para de falar quando me ver. Sua expressão irritada se dissipa dando forma a um rosto alegre. 

- Ei. - Eu digo sem graça e abro um sorriso tímido. Ele não responde, me olha dos pés a cabeça me deixando um pouco sem graça. Quando seus olhos chegam nos meus, ele fecha a cara. 

- Por onde diabos você andou, docinho? - Ele cruza os braços no peito. 

- Eu...

- Não responda! Eu ainda não terminei. - Quero rir desta bronca, mas eu prefiro ficar quieta. Ian bravo é muito engraçado, mas não quero irrita-lo ainda mais.

- Posso entrar e receber minha bronca aí dentro? - Pergunto genuinamente. Ele pensa à respeito e olha de um lado para o outro, parece perceber que estamos no corredor do seu prédio. 

- Mas que diabos! Você está certa, entre. Eu estou tão bravo com você que nem me dei conta que os vizinhos fofoqueiros devem estar com os orelhões atrás da porta. - Ele me dá passagem para entrar, eu não resisto e solto uma risadinha. Me sento no sofá e espero a bronca. - Quem mandou se sentar? - Me levanto em sobressalto com o rosto queimando. - Não me vê a dias, e eu não ganho um abraço? - Eu sorrio para meu amigo e corro para um abraço. Eu o abraço apertado e ele se endurece, eu sei que eu evitava abraços, mas algo mudou em mim, sinto que confio em Ian. Acho que Ryan tem alguma coisa a ver com isso, eu nunca abraço ninguém. Mas, é como se eu precisasse desse abraço.