*Capítulo 12*

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»Samira«

Sinto mãos fortes que me seguram com delicadeza acariciar minhas costas, sinto a água escorrer pela minha pele, ouço uma voz me chamar. Começo a sair do abismo do medo e da escuridão e volto para a luz, escuto a voz de Ryan me chamar, seu cheiro se aflora e eu o sinto me apertar junto a ele, eu o abraço forte deixando as lágrimas do medo saírem de dentro de mim. Culpa me consome quando sinto Ryan respirar forte nos meus cabelos molhados.

- Shiii. Eu estou aqui, querida. Eu estou aqui com você.

- Eu sinto muito. Sinto muito. - Ryan se separa de mim e olha em meus olhos com uma expressão horrorizada, tento desviar meus olhos, mas ele não permite.

- Sente muito pelo que? - Ele acaricia meu rosto e sua expressão se suaviza.

- Eu não sei... Eu acho que...

- Não diga nada. - Ele me interrompe. - Você não tem culpa de ter pesadelos. Eu acho que te pressionei demais, eu não devia ter deixado ir tão longe.

- Não. - Eu digo depressa. - Você foi maravilhoso. Eu... Eu... Eu acho que eu nunca vou ser normal. - Ryan beija minha testa.

- Não diga isso, amor. Nunca mais diga isso. Você vai superar esse trauma, eu vou te ajudar. Você nunca mais terá esses pesadelos. Eu prometo! - Eu abraço Ryan apertado sentindo meu medo diminuir. Agora eu estou segura. Tenho que acreditar nisso. Mas... eu também posso sentir.

»Ryan«

Vontade de matar o filho da puta, é o que sinto. Eu não consigo pensar em mais nada, depois de ontem a noite só posso pensar em vingança. Como alguém pode fazer isso com uma criança? Penso em Noah instantaneamente, meu sangue ferve. Depois de ontem à noite decidi procurar por justiça. Cuidei de Samira depois de sua crise e a fiz dormir, ela me abraçou tão apertado que eu mal podia me mexer. Não preguei o olho a noite toda. Agora no escritório tento chegar há algum lugar com minhas ideais. Meu telefone toca, um número desconhecido.

- Jackson. - Vou matar Joseph se ele passou meu número para algum idiota.

- Sim.

- Olá Jackson, sou eu... Sullivan, Wess Sullivan. - Reviro meus olhos para não surtar.

- Como conseguiu meu número pessoal? - Ele tem a audácia de rir.

- Ah sim. Eu tive a liberdade de pegar com um amigo em comum. - Sinto meu sangue borbulhar.

- O que você quer, Sullivan?

- Precisamos marcar uma pequena reunião, no fim de semana teremos um jantar com todos da companhia e seus familiares, acho importante termos uma relação a mais do que apenas sócios. - Tento recuperar a calma.

- Sullivan, não somos sócios. Estamos longe disso, estamos apenas ajudando sua empresa e você trará alguns benefícios em troca. Nada mais. - Penso em Samira, pode ser bom para ela um jantar com pessoas. Eu posso chamar Joseph, talvez ela possa chamar Ian? Sorrio em pensar que isso pode agrada-la.

- Jackson? - Wess ainda está na linha.

- Ok. Pode dar certo um pequeno jantar. Hoje às nove horas no Priston Wey. Levarei uns amigos, fique a vontade em levar alguém. - Samira aparece na porta do meu escritório. Ela encosta-se à porta e sorri para mim com seus olhos ainda inchados. Eu sorrio de volta e a chamo para perto de mim. Ela se aproxima e eu a cento em meu colo. Beijo seu ombro e passo meu braço livre em sua cintura.

- Eu estarei lá, Jackson.

- Sr. Jackson. - Eu o corrigo e desligo sem esperar por uma resposta.

Uma Lição de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora