Capítulo 12

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" Não me diga o que não posso fazer. "



Ele estava quase chegando a cidade quando a viu pela terceira vez no meio-fio. Porém agora havia uma diferença: estava quase anoitecendo.

Ela andava pelo meio-fio quase tocando a mata, os carros passavam e buzinavam, provavelmente achando que ela era uma garota de programa. Ele teve que admitir que usando aquele vestido mais do que justo e tão curto com botas até o joelho e de salto, andando no meio-fio de uma estrada praticamente vazia de pedestres – como qualquer outra – rodeada por mato, era de se imaginar que ela fosse estender a mão para algum carro parar e ela fazer programa. E mesmo ela não tendo estendido a mão, ele se aproximou de onde ela estava e parou o carro. Baixou o vidro.

– O que você está fazendo aqui sozinha e numa hora dessas ? – perguntou.

Ela olhou para o carro, depois para ele.

– Eu não sei. O meu motorista estava demorando muito, então resolvi vir sozinha.

– Você não tem medo ? – ele balançou a cabeça, quase achando graça daquela situação.

– Tenho medo de mim – ela olhou em seus olhos.

Ele sentiu seu rosto ficar quente. Ali, no crepúsculo, com ela vestida daquela forma e fixando seus olhos negros nos dele, era realmente arrepiante. Então falou sem pensar.

– Se você quiser eu posso te levar...

– Claro que eu quero – ela se apressou em arrodear o carro e ir em direção à porta do carona.

Ele a observou passar na frente do automóvel e destravou a porta para que ela entrasse.

– E então ? Onde é a sua casa ? – ela perguntou assim que se sentou no banco.

– Hã ? O certo seria onde é a sua casa, não ?

– Não. É a sua, mesmo – ela sorriu e colocou o cinto de segurança.

Ele não entendeu muito bem, mas deu partida no carro.

Passaram o resto do caminho em silêncio. E quando eles finalmente chegaram a casa dele, ela nem sequer esperou sinal e já foi entrando. Ele se perguntou como ela conseguia ser daquele jeito tão despachado, deu de ombros e a seguiu. Parecia que era à casa dela e ele estava ali só de visita. Porque ela entrou, colocou a bolsa no sofá da sala e foi em direção à cozinha. Como se já conhecesse o local.

Adam olhou bem para aquela garota estranha que havia chegado à sua cozinha e se apossado do local. Ela lhe parecia, de certo modo, familiar. Aproximou-se dela.

De onde você veio ? - murmurou.

– De algum lugar - ela fixou seu olhar no dele.

Adam se sentiu tonto. Ela era mesmo estonteante. Desde que a vira pela primeira vez na escola sentira que ela tinha algo de diferente das outras garotas; ela era misteriosa, conquistadora, esperta; era invejada, até mesmo odiada, e assustadoramente linda. Vários garotos gostariam de estar ali com ela agora. Sozinhos, em sua casa, sem mais ninguém além deles dois.

Selene examinou as expressões que transpareciam no rosto de Adam: medo, desejo, curiosidade, cobiça, cautela.

– Você não devia estar sozinho aqui comigo, agora. Muito menos estar se achando com sorte. - ela se aproximou.

– Eu sei - Adam não moveu um músculo.

– Não sabe do que eu sou capaz - ela continuou.

– Do que você é capaz ? - ele sussurrou. A voz dela era extremamente sedutora naquele tom. Extremamente assustadora também.

– Nem queira imaginar.

– Fale - ele deu um passo à frente. Então achou que devia acreditar no aviso dela, e que havia sido um pouco rude. Então acrescentou: - Por favor.

Ela meneou a cabeça.

– Você é um bobinho, sabia ? - sorriu e olhou ao redor.

– Por que está dizendo isso ? - ele perguntou, voltando ao seu normal.

– Porque... - ela voltou a olhá-lo nos olhos. - Eu tenho que alertá-lo do perigo que você corre. O jogo fica divertido quando a vítima sabe dos riscos... Ainda mais divertido quando ela persiste em continuar jogando.

– Você vai achar divertido jogar comigo, então - Adam murmurou. Estava ficando cada vez mais difícil falar. - Eu não me importo.

Selene sorriu e se encostou à bancada da pia da cozinha. Ficou parada, com Adam a sua frente. Então estendeu a mão em sua direção e ele fechou a distância que mantinham seus dois corpos separados. Quando Adam tocou a mão fria de Selene, algo dentro de si se remexeu. Sua mão também estava fria, mas porque ele estava assustado com aquela presença tão provocadora em sua casa. Enquanto a de Selene se mantinha naquela temperatura por um motivo desconhecido para ele, já que ela parecia bem confiante de si.

– Você está metida com os assassinatos, não é ? - ele perguntou. - Com todos eles. Fale-me o que você tem a ver com isso ?

Ela aproximou seu rosto do dele, olhou bem em seus olhos, já havia descoberto o efeito que isso provocava nele. Ele tremeu quando ela acariciou sua face.

– Se eu lhe respondesse agora, seria o fim do jogo para você - ela sussurrou. Seu rosto estava a centímetros do rosto de Adam.

Ele tocou a mão que ela mantinha em seu rosto. Ele sabia que estar com ela era realmente perigoso, algo dentro de si avisava que ele corria perigo de vida em apenas falar com ela. Adam sabia, no fundo, dos riscos que estava correndo quando a ajudou na estrada e a trouxe até sua casa. E mesmo assim selou seus lábios aos dela. Ele sabia de todo o perigo, porém não sabia que fazendo tudo isso, estava atraindo a confiança de Selene, e isso poderia poupar sua vida.



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P.S: Aaaaaaaaaaaaaaaaaa, Selene Adams, chegou a 1K!!! <3 Poxa, só tenho a agradecer imensamente a cada leitor. A cada estrelinha. Por cada comentário incrivelmente cativante e bom, espero que a história mantenha um enredo, que persista agradando a quem esteja acompanhando. rs - Ah, bom, como não sou o tipo de ser que pouco fala, mesmo que seja por meio de palavras digitadas, posso elevar que não muito falta, para às peças se encaixarem e a Lenda, por fim, ser encerrada, ou ao menos os pontos serem frisados e nem mais uma dúvida ser firmada, porém mortes ainda podem surgir. Por isso, não percam o próximo capítulo, prometo fortes emoções! ><


P.S²: E que tal elevar um sutil e significativo comentário?! Pode ser até uma bela crítica construtiva, não nego que será muito bem-vinda ou se preferir, uma estrelinha. Mais estonteantemente feliz, deixará esta escritora aqui haha


A lenda de Selene Adams. (PARADA)Where stories live. Discover now