Capítulo 9

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"Quantas vezes as vozes da sua mente o impediram de fazer o que desejava

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"Quantas vezes as vozes da sua mente o impediram de fazer o que desejava..?"





Era segunda-feira. Haviam suspendido as aulas na sexta, e agora os alunos voltavam à ação. Adam estava sentado no seu canto de sempre, desenhando uma aluna que estava sentada perto dali. Ele a achou interessante e resolveu desenhá-la. Não tinha ninguém por perto, os outros estavam reunidos em outro lugar, conversando besteiras como sempre e comentando sobre a morte de Luke.

Adam não se importava em ficar sozinho, na verdade para ele era o melhor, quase sempre havia ficado sozinho em toda a sua vida, mesmo quando Alan era vivo eles não tinham aquela ligação entre irmãos. Apenas o fato de Alan sempre querer protegê-lo. Adam pensou que talvez fosse egoísta, talvez Alan amasse ele de verdade e tudo que ele sentia pelo falecido irmão era pena. Talvez o amasse também, mas muito pouco. Achou que era egoísta porquê percebeu que também não iria sofrer muito se os pais morressem, eles sempre deram tanta atenção a Alan. Era verdade o fato de Adam ter tudo que queria, mas é como se isso tudo só se devesse ao fato de que os pais eram tão ausentes na vida dele que precisassem recompor essa ausência em brinquedos e vontades. A verdade era que existiram épocas em que os pais tentaram aproximação, mas ele sempre se fechava, sempre achava que era tarde demais para isso. Existiram vezes em que acharam que ele era autista, mas isso só o fez se sentir mais excluído ainda, mesmo que não se importasse de fato se os pais e amigos fizessem ou não parte da sua vida. Adam definitivamente não tinha capacidade de amar ninguém.

- Será que eu sou um psicopata ? - perguntou em voz alta.

Mas afastou o pensamento da cabeça ao perceber que sentia algo com a infelicidade dos outros, ele se preocupava com a mãe, se preocupava com Alan, se preocupava com o pai, e havia ficado triste pela morte do irmão e de Luke. Porém não sentia necessidade de guardar esses sentimentos por muito tempo e logo os esquecia.

- Você parece não ligar muito para a morte... - uma voz conhecida surgiu ao lado de Adam.

Ele deixou o caderno cair.

- Oi - Selene riu. - Te assustei ?

- N-Não. Eu estava só aqui pensando e... Você apareceu do nada.

- Desculpas, então - ela sorriu. - Posso sentar com você ?

- Claro - Adam concordou por educação. Ele se sentia estranho quando ela estava por perto, achava sua presença desagradável, mas gostava de estar perto dela. Era difícil se entender.

- E então ?

- Então o quê ?

- Ah, todo mundo está chorando o rio Amazonas pela morte de Luke e você está desenhando uma garota - ela entregou o caderno dele.

Adam sentiu seu rosto corar.

- É que... Chorar não vai trazer ninguém de volta. Talvez ele fique melhor se tivermos apenas boas lembranças de sua vida - ele murmurou se referindo a Luke.

A lenda de Selene Adams. (PARADA)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora