Capítulo 7

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"A ficção é a verdade dentro da mentira"

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"A ficção é a verdade dentro da mentira"



A garota estava esperando a ligação fazia horas. Onde é que ele poderia estar a essa hora ? Eles haviam combinado de sair, por que ele não ligava ao menos para confirmar ?

Então o telefone tocou.

– Alô ? – ela atendeu completamente feliz. Era ele do outro lado da linha, estava confirmando que iriam sair e que passaria na casa dela às oito horas.

Ela desligou e deu pulinhos de alegrinha, então correu para tomar banho, subiu as escadas com muito gosto e foi em direção ao banheiro. Porém algo chamou sua atenção, um bilhete em cima da sua cama. Foi até lá. Quase desmaiou ao ver o que tinha escrito no bilhete.

"Cuidado quando for usar a sua maquiagem de circo"

E para completar seu espanto, ao lado do bilhete havia um molho de cabelo modelado numa trancinha.

~~~

Adam fechou o livro. Daniel estava lendo por trás.

– Que livro é esse ? – perguntou, arrodeando o sofá e vindo se prostrar ao lado de Adam. – Me deixa ver.

– Não. Saia – Adam escondeu o livro atrás de si.

– Por que não ?

– Porque eu sou como qualquer pessoa normal no mundo e gosto de ler sozinho, sem ninguém pra perturbar.

O garoto reclamou, mas foi embora. Adam suspirou; agora ele tinha perdido sua concentração, não teria mais paciência para ler. Levantou-se do sofá e foi até a cozinha. Estavam quase todos lá. Oito pessoas no total. Adam se perguntou como cabiam dentro daquela casa de apenas quatro quartos. Tentou contar mentalmente como deveria ficar mais ou menos a distribuição de ocupantes em cada quarto. Seus pais em um, vovó e tia em outro, os quatro primos num terceiro e as três tias e o tio em outro. Deveria ser horrível.

– Olha só, o meu neto preferido – a avó de Adam saudou.

Ele bufou, mas foi até ela e sentou numa cadeira ao seu lado e encostou a cabeça no ombro da avó. Ficou ali, ouvindo a conversa das tias. Elas falavam sobre os sobrinhos, comentando como haviam crescido e coisas parecidas, como só tias sabem fazer. Então começaram a falar de Adam, sem se importar com o fato de que ele estava lá e ouvindo tudo. Elas falavam de como ele havia mudado na aparência, de que havia deixado o cabelo crescer muito, que ele sempre teve muito cabelo, mas nunca teve franja. Comentaram de como ele sempre fora tão quietinho, mais sincero e amável, mais prestativo e responsável, mais observador. De como ele devia se sair com garotas, de que ele devia conquistar muitos corações, porém ele não tinha a 'ginga' do outro irmão para trazer as garotas para si. Não falaram muito de Alan, a não ser de que ele era completamente o oposto de Adam. Então Adam começou a cochilar, e não ouviu mais nada.


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Ele escutou um barulho vindo do banheiro. E mesmo sem querer, perguntou com a voz trêmula:

– Quem está aí ?

O garoto não obteve resposta e repetiu a pergunta. O eco lhe fazia companhia. Ele se levantou e foi até o banheiro. Não viu nada nem ninguém, apenas a banheira que estava cheia pela metade e a janela aberta.

Ele foi até a janela e a fechou. Porém, ao se virar, quase gritou ao ver uma garota, e apesar de não conseguir ver seu rosto, reparou nas suas tranças, ambas escorridas de cada lado da cabeça.

– Q-Quem é você ? – ele gaguejou.

– Não queira saber – a garota levantou uma faca.

– O que você quer de mim ? O que você vai fazer comigo ? – Se encostou a parede, torcendo para que garota não o empurrasse para à  banheira ou fizesse coisa pior.

~~~

Adam abriu os olhos rapidamente. Aquilo não foi um sonho, mas sim um pesadelo.

– O que foi ? – sua avó olhou para ele com uma expressão de preocupada. Ela estava ao seu lado vendo televisão, estavam na sala.

– Não foi nada, vó. Só um pesadelo, só isso. Um pesadelo – repetiu, para ter certeza de que havia sido apenas um sonho.

– Você quer um copo d'água ?

– Sim. Por favor – ele se sentou.

Adam tentou se lembrar do seu sonho, quer dizer... Pesadelo. A única coisa que importava mesmo ele não viu: a garota misteriosa de seu pesadelo. Seu rosto.

Porém tinha certeza absoluta de que era a mesma garota do seu livro.

– Tome, querido – sua avó chegou com um copo de água.

– Obrigado – ele pegou o copo.

Sua avó se sentou na poltrona e voltou a assistir televisão como antes. Adam pensou o porquê de ele ter sonhado aquilo, será que era algum aviso ? Porque estava acostumado a ouvir dizer que os sonhos sempre querem mostrar alguma coisa importante ou não a quem sonhou. Mas esse era um mistério que ninguém poderia acertar. Nem mesmo ele que nunca havia ligado para coisas desse tipo.

Adam tentou avaliar seu "pesadelo", mas de maneira nenhuma conseguiu.


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A lenda de Selene Adams. (PARADA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora