Capítulo 8-Alex

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*Capítulo não revisado*

Mas se você me amava, por que me deixou?

Quando Hanna irá entender que eu não tenho olhos para mais ninguém? Conversamos um bom tempo, mas por conta da chuva decidimos sair do campo. Acabamos na casa de Hanna, estávamos ensopados!

— Alex, vou tomar um banho. Você conhece a casa.

Hanna corre para o banheiro e tento me distrair.

Depois de dez minutos esperando, decido tomar um banho. Hanna sempre demora, ela diz que uma garota requer mais cuidados, seja lá o que for isso. Por sorte, encontro um par de roupas minhas no quarto dela. Depois que me vestir, dou uma olhada ao redor e vejo que o quarto de Hanna continua perfeitamente arrumado, principalmente a estante de livros. Acho a caixinha de música que dei a ela há muito tempo e fico feliz por ela ter guardado. Quando a música começou a tocar, ela entra em seu quarto.

— Achei você! Pensei que estaria na cozinha roubando comida da geladeira. — Retruca sorridente.

— Para a sua sorte ainda não. Acabei entrando aqui e vi essa caixinha. — Sorri ao me lembrar como comprei. Tinha doze anos, e estava apaixonado por ela, e nem sabia. Mas isso já é outra história.

— Eu me lembro, desde então ficamos inseparáveis. — Ela me beija. Está feliz. — Bons tempos. Lembro de nossas viagens juntos e nossas brincadeiras no lago.

— Brincadeiras? Estava mais para armadilhas contra nossos amigos!

Era muito divertido nessa época, sem preocupações ou deveres. Apenas nós dois aproveitando os momentos juntos.

— Eu te amo, Hanna.

— Eu sei. Eu também te amo.

Não sei por quanto tempo ficamos assim, mas minha barriga ronca e não conseguimos evitar as risadas.

— Agora eu aceito roubar comida da geladeira! — Sugiro enquanto ela gargalha.

Adoro esse som, são música para os meus ouvidos. Tão puro e sincero. Nunca vou me cansar dela.

Passamos horas assistindo a série favorita de Hanna, mas ainda não entendo o fato de quatro garotas estarem escondendo um corpo enquanto são ameaçadas! Que série doida! Não lembro a hora em que fomos dormir, mas acordamos no sofá com o alarme soando muito alto e a Tv ligada. As horas se passaram como um borrão, em um piscar de olhos estávamos em casa nos arrumando apressadamente, e no outro, estávamos no colégio organizando os preparativos finais. Hanna não parava de andar de um lado para o outro, e eu estava começando a achar que ela abriria um buraco no chão!

— Hanna, se acalme! Está tudo perfeito. — Digo numa tentativa inútil de acalmá-la.

— Alex, meu amor — Sinto uma ironia enorme em seu tom de voz. —Não tem como eu me acalmar. Tudo tem que estar nos trilhos, e para piorar sou a oradora da turma! É muito estressante.

No mesmo instante aparecem Sam e Tony, e os dois aparentemente estão animados... Até verem Hanna com seus escândalos. Sam logo interfere e a tira do salão cerimonial, e eu a agradeço imensamente! Hanna está me deixando nervoso.

—Cara... Hanna está literalmente surtando! Vai acabar desmaiando! — retruca Tony.

— Sim, eu sei. Mas depois que tudo terminar, ela ficará mais calma, você vai ver!

Tenho que ser positivo, antes que eu surte junto.

— Se você diz... Mas então, já podemos colocar a beca?

— Acho que sim, todos já estão colocando.


Quando por fim a noite chega, todos estavam um pouco mais calmos, inclusive Hanna. Nós quatro tiramos muitas fotos juntos para nos recordar do nosso dia, a maior parte delas são com caretas engraçadas e fotos de Hanna comigo.

— Preparada, meu amor? — Pergunto a ela.

— Sou uma Sullivan, nasci pronta. — Diz enquanto sorri e por fim, me beija. Logo Hanna fica atrás das cortinas, e todos nós nos sentamos.

Hanna é a primeira a ganhar seu diploma, e com isso, dando entrada para os outros. Ela é tão linda, é impossível não olhar para ela. Quando todos recebemos nossos diplomas, novamente nos sentamos nas primeiras fileiras e Hanna inicia seu discurso. Ela falava com tanta graça e emoção, não parecia nenhum pouco nervosa. Todos os olhares estavam voltados para a minha garota e ela estava brilhante. Quando parecia que o discurso estava chegando ao fim, a coisa mais terrível e inimaginável aconteceu. Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo bem diante dos meus olhos. Ouvia apenas gritos de desespero e pavor, mas eu não conseguia me mover diante daquela cena. Quando voltei à realidade, vi que minhas mãos estavam ensanguentadas, eu estava com ela em meus braços, mas ela não acordava. Tudo aconteceu tão rápido que levei alguns segundos para entender e o mundo desacelerar. Ela havia levado um tiro. Todos ao meu redor gritavam, mas aos meus ouvidos eram sons abafados. Não sei o momento exato quando derramei minhas lágrimas, a dor não parava, eu a estava perdendo nesse momento e meu mundo não fazia mais o menor sentido. Eu gritava para alguém me ajudar enquanto a poça de sangue se espalhava ao nosso redor, mas o mundo parecia em câmera lenta. Ela não se movia, não importava o que eu fizesse. Quando os paramédicos constataram que não havia mais vida em seu corpo, meu mundo simplesmente desmoronou e meu coração se quebrou. Gritos de agonia e dor ecoaram pelo salão. Meus gritos. A garota que eu amava havia partido, e eu não pude fazer absolutamente nada para impedir. A dor não parava nenhum segundo e tinha a sensação que jamais cessaria. O tempo parou quando ela se foi.


Obrigada por lerem! Deixem seus votos e opiniões, beijinhos!

Fantasmas Também Amam(Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora