08

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— Se eu vou... Deixar ele subir? — Perguntei, com um toque de desespero na voz.

   Puta que o pariu, pensei. Não tinha hora pior para aparecer.

Deixa ele subir, Amy. — Disse minha irmã. — Quero barraco.

— Tá brincando? — Balancei a cabeça. — Eu desço, Alfred.

— Eu vou junto! — Gritaram América, Lou, Lolo, Anna e minha irmã ao mesmo tempo.

— Barraco? — Perguntou Taylor. — Eu quero.

— Eu também. — Disseram os meninos.

— Eu vou descer também. — Impressão minha ou a voz do Nash tava mais grossa?

— Nada disso. — Balancei a cabeça. — Eu desço. No máximo a Maggie vem junto.

— Yasss! — Ela já se enfiou no elevador e eu fui logo atrás.

   No elevador, suspirei pesadamente e olhei Alfred. Ele parecia tranquilo.

— Alfred? Como o Christian tá? Ele tá calmo?

— Aparentemente, Amy. Ele disse que só queria conversar.

— Certo. — Suspirei.

— Ele vai conversar com a minha mão na cara dele, certamente.

— Maggie... — Advertiu Alfred.

— Ah, qual é! O cara é um babaca.

   Alfred era uma espécie de pai para nós. Ele era um homem de mais ou menos quarenta e poucos anos, tinha uns fios grisalhos na cabeleira negra que fazia grande parte das mulheres que se hospedavam no Hotel suspirar. Ele tinha olhos verdes e era bem alto também, e no uniforme do Majestic ele parecia bem interessante. Não que eu reparasse nisso.

   Quando as portas se abriram no térreo, Maggie veio na frente e me puxou junto. Sentado em uma das poltronas confortáveis do Saguão, estava ele. Na verdade, Christian parecia bem sereno. Estava usando um casaco mais reforçado em função do clima da cidade e um corro largo destacava os cabelos dourados dele.

— Ora, ora, ora. — Disse minha irmã, chamando a atenção dele. — O que temos aqui.

— Amy! — Ele levantou num salto. — Oi, Maggie.

— Hm. — Disse ela.

— O que você quer? — Perguntei, curta e grossa.

— Conversar. Esperei um dia para deixar a poeira baixar, e eu não podia esperar até amanhã porque sei que você ia tentar me ignorar. Mas preciso conversar com você.

   Olhei para Maggie. Ela arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços, entendendo o recado.

— Não vou sair daqui.

— Por favor. — Pedi. — Eu já vou voltar.

   Ela bufou e se afastou um pouco, provavelmente porque seu celular começou a tocar.

— Obrigado. — Sussurrou ele.

— Seja breve.

— Você está... Ocupada? — Ele tomou uma das minhas mãos e me afastei.

— Sim.

— Certo. Tinha pensado em levar você em um lugar, mas...

— Mesmo que eu não tivesse absolutamente nada para fazer, eu não iria. Eu não confio mais em você.

— Amy, não sei o que te falaram...

— Ninguém me disse nada. — O cortei. — Eu vi, Christian. Eu senti.

Hotel ∞ N.G Onde as histórias ganham vida. Descobre agora