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Eu pus a mão no meu peito e apertei forte.
Estava a dor muito.

-Rita, tu estás bem?- Afonso perguntou preocupado pondo as suas mãos nos meus ombros mas eu apenas neguei com a cabeça.

De repente tinha ficado sozinha naquele quarto, Afonso tinha saído dali disparado e eu fiquei a segurar aquela moldura e a outra mão continuava no meu peito.

Como é que os meus pais foram capazes de me esconder uma coisa destas?
Que tipo de pessoas são eles que me fazem sofrer desta maneira?
Porque que o André não me procurou?
Era uma das perguntas que ainda pairava na minha cabeça.

Afonso voltou a entrar no quarto mas agora com um copo de água na mão.

-Toma, bebe um pouco.- Ele entregou-me o copo e eu bebi um pouco, era água com açúcar. -Eu não sei se água com açúcar ajuda em alguma coisa mas foi a primeira coisa que me veio á mente.

-Obrigada.- eu disse agora mais calma e pousei o copo na sua mezinha de cabeceira.- Eu tenho mais uma pergunta Afonso.

Ele assentiu e encarou-me esperando a minha pergunta.

-Porque que o André não me procurou depois de tudo?- perguntei.

-Rita, não achas que já chega de emoções por hoje?- Afonso perguntou.- Tu não estás bem e eu não quero que fiques pior.

-Eu preciso de saber Afonso, eu preciso da minha vida de volta.- eu disse começando a chorar de novo.

-A verdade é que os teus pais nunca gostaram do André e o acidente só os fez odiarem-no ainda mais, eles nunca apoiaram a vossa relação nem tão pouco a tua gravidez, eles não queriam que a Leonor nasce-se, então quando souberam que irias perder a memória aproveitaram isso para chantagear o meu irmão.- Afonso disse, as palavras dele chocaram-me, eu estava de rastos, como é que os meus pais foram capazes de fazer tudo isto?- como sabes o André estava também no acidente ele também não tinha ficado bem mas os ferimentos dele não foram tão graves quanto os teus, os teus pais foram ao quarto do André e pediram para falar a sós com ele, eu não concordei com aquilo mas os meus pais cederam, o teus pais prometeram ao André que se ele se afastasse de ti que poderia ficar com a pequena Leonor mas se ele insistisse  em correr atrás de ti, eles dariam a menina para adoção, o André sabia perfeitamente que os teus pais eram capazes disso e muito mais e não quis arriscar ficar sem a filha.

-Como é que os meus pais me puderam fazer isto, á própria filha? Á própria neta?- Afonso abraçou-me e eu chorei no seu ombro.

-Rita!- ele disse o meu nome quando nos separamos.- O meu irmão está morrer de saudades tuas, tu não imaginas o sofrimento em que ele vive depois daquele acidente, só a Leonor consegue tirar um pouco do seu sofrimento mas ele vive com a culpa de te ter perdido.

-Ele não me perdeu, o meus pais quiseram fazê-lo pensar que me perdeu mas isso não aconteceu nem irá acontecer, eu amo o teu irmão e não vão ser os meus pais que me vão separar dele, não outra vez.- Eu disse segura daquilo que dizia.

Estava pronta para encontrar o André, estava pronta para ver a minha filha pela primeira vez e pegar nela pela primeira vez.

E assim está história está a chegar ao fim, o próximo capítulo será o último.
Espero até estejam a gostar sinceramente.
Muito beijos 😘😘😘

HIM! || André Silva ✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora