Capítulo 79

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Eva narrando

Ainda não dava para acreditar que ele estava simplesmente parado a minha frente, com um olhar frio e furioso. Mas mesmo assim continuava com a mesma aparência, mesmo depois de tantos anos ele continua fisicamente a mesma pessoa. Engulo em seco e abro passagem para ele entrar.

Não sabia o que falar ou fazer. Estava em choque.

—Pensei que não iria me deixar entrar. —Disse em tom rude.

Fechei a porta e esperei alguns minutos para me virar em direção a ele e conversar sobre o que aconteceram esses anos todos.

—Quais são as suas desculpas Eva?

Vire-me e respirei fundo. Ele estava mais próximo de mim, a diferença era de alguns centímetros de distância.

—Como? Meu Deus! —Exclamo, sem saber por onde começar. Passo as mãos no rosto enxugando as lágrimas.

—Olha para mim. Você e o Alex planejaram a minha morte, não foi?

Arregalei os olhos, boquiaberta. Nego com a cabeça sem acreditar no que acabara de ouvir.

—ENTÃO ME DIZ QUE CARALHO ACONTECEU, EVA. —Gritou entre dentes.

Olho para o corredor preocupada com Lorenzo que dormia alguns quartos perto da sala. Se ele acordar e ver o Guilherme... Será que se lembraria?

—Fala baixo. —Peço

—Cadê Lorenzo? Cadê o meu filho?

Tampo a sua boca para impedi-lo de gritar mais ainda, mas sou surpreendida com ele segurando firme o meu braço e me prensando contra a parede. Nossos corpos unidos um ao outro, feito imãs, sua respiração fria no meu rosto e suas mãos ágeis apertando a minha cintura e a outra o meu braço.

—Achei que estivesse morto...

—E eu estava Eva, mas você me abandonou. Sumiu de Colômbia junto com o nosso filho sem mais nem menos.

—Eu não fugi. —Digo entre dentes.

Ele segura a minha mandíbula dando um leve aperto, enquanto seu olhar continuava preso aos meus.

Ele abriu um sorriso debochado.

—Então sair de lá sem me dá assistência não é fugir? Você era a minha mulher, porra. —Suas palavras saíram como se fosse um tiro no meu peito. —Quando eu mais precisei de tu, Eva, você não estava lá. Ninguém estava. E tudo porque você preferiu Alex a mim. Você é igual ele.

Franzo o cenho, incrédula com a sua acusação.

—Agora vocês estão juntos, não é? —Ele apertou mais forte a minha mandíbula. —Você me traiu. É feitio seu trair as pessoas não é?

As palavras dele me machucavam mais do que eu esperava.

Tento me desvencilhar dele, o que era quase uma missão impossível. Pus a mão em seu peito, empurrando-o, mas não adiantou.

—Não sei do que você está falando. Eu não fugi Guilherme. Alex me trouxe de lá a força. —Digo a verdade, enquanto seu olhar furioso vai diminuindo quando as minhas palavras começa a fazer sentido para ele. —No mesmo dia que você foi descobrir a verdade sobre a sua puta colombiana. —Jogo a verdade na sua cara, enfatizando a sua traição. —Você que me traiu, não eu. Você foi e nunca mais voltou. Preferiu-a. Preferiu o tráfico. —Acuso, transformando o meu choque de vê-lo, em raiva. —Agora não me venha dizer que eu te abandonei. Eu chorei muito sem saber onde você estava e quando eu fui presa...

OPERAÇÃO NO MORROOnde as histórias ganham vida. Descobre agora