Capítulo 35

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Eva narrando:

-Um mês. –Digo enquanto me olhava no espelho do banheiro.

Um mês se passou e a dor ainda não curou. Estou tão triste, tão sozinha, mesmo estando ao lado de todos os meus amigos, ainda sim me sinto só. Vivi esse mês praticamente no modo piloto automático, não sabia como progredir. Estou tão péssima que acabei cedendo que o Heitor dormisse aqui em casa, mas não na minha cama, de jeito nenhum. Ele quase chorou para eu deixa-lo dormir aqui achando que teria uma noite comigo, engano dele. Pus pra dormir no sofá. Ontem teve uma pequena reunião aqui em casa, era mais para relembrar dos nossos momentos de antigamente, Heitor veio junto com Rafael, sim, infelizmente, não tive coragem de contar nada para Cat sobre ele dar em cima de mim, apesar de que agora ele não está tão atrevido como era antes, mas mesmo assim seu olhar não saia do meu corpo.

-Trouxe um vinho delicioso para comemorarmos. –Anunciou Rafael.

Tive que implorar a ele, no mesmo dia que houve a operação, para que não contasse nada sobre o acidente e muito menos do bebê que eu havia perdido. Não queria que ninguém soubesse disso, não porque eu tinha vergonha de ter engravido de um bandido, mas sim porque o acidente não foi um acidente comum, e sim proposital. Não tenho provas sobre isso, mas eu sei que foi a desgraçada da Luana. Ainda não tive tempo de ir tirar satisfação com ela, porém a essa altura a vaca já deve está ciente de que eu estou viva e cuspindo fogo pela boca.

-Muita gentileza sua amor, mas temos cerveja na geladeira. –Comentou Cat.

Estava jogada no sofá, olhando para televisão, repassando com o controle remoto os canais disponíveis. Nada me interessava.

Heitor se aproximou de mim e me deu um beijo molhado na boca, tentei desviar, mas ele foi mais ligeiro do que eu. Foi bem complicado afastar Heitor de mim, ele não entende os meus sinais de tipo; NÃO QUERO QUE VOCÊ ME TOQUE PORRA. Ele simplesmente ignora a minha frieza com ele, e continua tentando se aproveitar do meu momento.

-Tudo bem com você, Eva? –Indagou Rafael, olhei para ele e o mesmo continuava mais lindo do que o normal, parecia até um modelo.

Sorri educadamente balançando a cabeça confirmando.

Virei o olhar e acabei olhando para o meu celular que estava na mesinha de centro. Peguei-o e não havia mais mensagens, não mais mensagens do meu deus grego. Do homem que me fazia rir sem se forçado, e que me levava à loucura com o seu jeito de me amar. Rolei as últimas mensagens que havia recebido dele, antes de acontecer à invasão e percebi o quanto ele estava preocupado comigo.

''Cadê tu, minha demônia? ''

''Por favor, dê sinal de vida. ''

''Me diz onde está que eu vou te buscar. ''

''Me perdoe, eu errei, eu sei disso, eu só quero tu pra mim. Volta logo. ''

Senti a bile subir pela garganta e a vontade de chorar me veio à tona, levantei-me e me distanciei do restante do pessoal, e corri para o banheiro. Ali, sozinha, me encontrei chorando em lembrar-se dos momentos em que passei ao lado do meu deus grego e depois do seu olhar de desprezo ao entrar naquela jaula do carro de policia. Tudo minha culpa.

-Minha culpa... –Sussurrei, fungando o nariz.

Ouvi as batidas na porta, era Cat me chamando. Algumas amigas da faculdade dela vieram para a nossa reuniãozinha, e ela veio me avisar.

-Já tô indo. –Digo com a voz embargada.

Lavei o rosto tentando me safar da cara de choro, passei um pouco mais de rímel e um batom para disfarçar.

OPERAÇÃO NO MORROOnde as histórias ganham vida. Descobre agora