Capítulo 17

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Eloá narrando

Depois de ouvir os desaforos do deus grego e de ter mentido para ele, eu desabei na minha cama. Chorei até soluçar, eu não sei oque está havendo comigo. Ele me atrai muito, até demais, mas quando ele me trata mal ou me olha diferente eu fico triste. É uma coisa ruim e tudo oque eu menos quero agora é ficar igual uma menina chorona por causa desse bandido arrogante.

Deito na cama e limpo as lágrimas, depois que o Guilherme saiu eu tomei um banho e coloquei um pijama, não queria comer nada, só queria ficar no meu novo casulo. Viro-me de lado e ponho o travesseiro entre as minhas pernas. Toco a mão nos meus lábios lembrando-se do beijo de Guilherme, e fico mais triste em lembrar que é o ultimo. Envolver-me com um traficante é arriscado, agora se envolver com dois é morte na certa, e eu ainda estou nova demais para morrer. Choro baixinho abraçada com o meu travesseiro imaginando que ele fosse o meu deus grego. Depois de alguns minutos escuto o barulho do meu celular, o pego no criado mudo e vejo algumas mensagens de Henrique, abro e vejo as fotos das armas que ele enviou.

Assusto-me com as imagens, as armas eram tudo potentes, tinha algumas de uso policial e outras que nas mãos de bandidos é o dobro de perigosa. Amanhã mesmo vou tentar descobrir porque raio Alex tem posse dessas armas. Havia também mensagens de Patrick perguntando sobre a minha atitude de hoje, coitado eu não disse para ele que estava a trabalho e também nem poderia. Ele é meu amigo e o mesmo tem um caso com Catarina, mas eu não posso sair por ai e contar para todos oque eu ando fazendo ultimamente.

Estava distraída no celular jogando o jogo do piano e de repente recebo mais uma mensagem e dessa vez era do deus grego, penso por uns dois minutos se devo ou não ler. Eu já estou decidida que não me aproximarei dele e não quero ter nada com o mesmo, porque sei que quando a operação acontecer no morro serei a inimiga, e pela sua fama de matador de policial, ele não hesitaria em me matar. Suspiro fundo e deixo o celular de lado mesmo estando curiosa em ler. Resolvo ir dormir para passar a vontade.

***

Acordei antes de o galo cacarejar, dessa vez não vou bobear. Preciso sair dessa favela e tomar um ar puro, tirar essa tensão do corpo. Corro para o banheiro e tomo um banho rápido e escovo os dentes, subo para o quarto, passo um hidratante corporal e meu perfume, depois visto uma calça jeans e uma blusa qualquer. Ajeito os cabelos e pego a minha bolsa e ponho a agenda e meu celular dentro. Faço uma maquiagem básica mesmo e desço sem fazer barulho, deixo um bilhete para dona Cecilia e saio de casa. Ainda estava tudo escuro, era cinco e meia e daqui a pouco o galo canta e os moradores começam a acordar. Desço o morro tomando todos os cuidados e olhando sempre para trás para ver se tinha alguém me vigiando.

Quando chego ao pé do morro, encontro um táxi disponível e entro. O motorista me leva para o meu apartamento em Copacabana. Não via a hora de chegar à minha casa e sentir o cheiro do meu lar, abro a janela do carro e deixo o vento tomar o meu rosto. Sentir aquele ventinho frio da madrugada é tão gostoso, o ar parece até ser mais puro. Depois de alguns minutos, chego ao meu apartamento, pago à corrida e saio. Encontro o porteiro e ele fica todo feliz ao me ver, cumprimento ele e subo em seguida.

Abro a porta e adentro, tudo parecia esta bem arrumado e do mesmo jeito que eu deixei, sorri e comecei a tocar nos meus moveis e logo me joguei no meu sofá abraçando-o.

-Senti sua falta, meu gordinho. –Digo para o sofá enchendo ele de beijo.

Até hoje me pergunto por que me colocaram numa missão dessas, além de ser atrapalhada eu sou doida por conversar com os meus próprios moveis. Sorrio e jogo o meu tênis de lado e caminho para a cozinha e faço um café da manhã estilo Eva. Lavo as mãos e preparo o café, aproveito e faço umas panquecas que saiu meio sem forma, mas pelo cheiro ficou gostoso. Ponho a mesa e percebo que são seis horas e meia, já era a hora de acordar a Cat, mesmo que ela fique puta comigo. Caminho pelo corredor dando pulinhos de alegria, bato na sua porta e ninguém me atende, decido entrar e por sorte a porta estava aberta. Deparo-me com Cat dormindo de conchinha com um desconhecido. Seguro o riso e crio coragem para acorda-la.

OPERAÇÃO NO MORROWhere stories live. Discover now