Amor De Traficante

1

Acordo com a luz do sol batendo em meu rosto, com dificuldade consigo abrir os olhos, me levanto e vou até o banheiro, faço um rabo de cavalo e escovo os dentes. Desço as escadas e vou para cozinha procuro algo na geladeira e não encontrei nada, como sempre, meu pai não tem dinheiro, então acaba faltando comida em casa

-VAI PORRA- alguém grita da sala- EU TE DEI A PORRA DE UM PRAZO, EU QUERO MEU DINHEIRO, OU EU MATO VOCÊ HOJE- eu não reconhecia a voz, era grossa e obviamente de um homem, vou caminhando até a sala onde encontro meu pai, e três homens, Pedro estava ali, era o único que conhecia entre os três

-calma chefia- meu pai que estava ajoelhado no chão com as mãos para trás diz- eu não tenho seu dinheiro hoje, me dê mais alguns dias

-Que porra é essa?- pergunto assustada e logos os quatro me encaram

- quem é tu guria?- um dos rapazes que estava um com fuzil em mãos pergunta, os homens andarem armados pela comunidade era algo comum

-A dona da casa- olho para Pê- o que tá acontecendo Pedro?

-Seu Carlos tá devendo pro patrão- ele me encara- se tá ligada como as coisas funcionam

-É isso aí, seu paizinho vai morrer hoje- a mesma voz que estava gritando a segundos atrás agora dirigia a palavra a mim, ele era alto, com algumas tatuagens sob a pele, sua pele era bronzeada, ele vestia uma bermuda vermelha e uma regata preta, é realmente um homem muito bonito

-Vamos fazer um acordo- meu pai disse- o senhor leva ela até eu conseguir o dinheiro da dívida

-Ta com algum problema?- encaro ele- eu não vou a lugar nenhum

-Marrenta você ein, loirinha- ele diz se aproximando se mim

-Não se atreva a dirigir a palavra a mim- dou um passo para trás- você se meteu em confusão pra sustentar a porra só seu vício- falo para meu pai que está olhando para o chão- não venha me meter nisso

-Prefere que o papai morra, princesa?- o menino que estava com o fuzil sorri

-eu quero que vocês saiam da minha casa- cruzo os braços- agora!

-Sua vagabunda de merda- aquele homem crava seus dedos entre meus cabelos em um ato rápido- Eu sou o Dono dessa porra toda- ele aproxima seu rosto do meu- eu quero que você vá comigo

-Caio, solta ela cara- Pedro fala

-Essa filha da puta vai aprender a me obedecer- ele puxa mais meu cabelo

-Me solta- tento empurrar ele- seu nojento

-POR FAVOR LÍVIA- Meu pai grita- FAÇA ISSO PELO SEU PAI- ele continua e eu paro de empurrar o brutamonte que me segurava

-Que pai de merda eu tenho- sinto uma imensa vontade de chorar

Nada daquilo podia ser real, meu pai acabou de me oferecer como uma troca, ele quita a dívida e esse homem tem uma escrava. Eu não quero isso, mas também não quero que esse velho rabugento morra, depois que minha mãe morreu por todos os defeitos que ele tenha, ele tentou cuidar de mim

-Vamos fazer um acordo- Pedro sugere- dois meses pra você conseguir o dinheiro e a Liv volta pra casa

-Um mês- falo, ainda sentindo ele segurar meus cabelos

-Dois- Caio sussurra em meu ouvido- vai pegar as coisas caralho- ele me larga

Em uma fração se segundos subo as escadas correndo, ando de um lado para o outro, sinto lágrimas molharem minhas bochechas, o que vai ser de mim agora? Eu preciso de uma... Saída, olho para a janela que dá para uma das ruas da comunidade, não penso duas vezes antes de pular

°°°

Minutos depois e cá estou eu, correndo pelas ruas, como uma louca, as pessoas me olham sem entender, vejo vários vapores de Caio, por qualquer esquina que passo vejo aqueles meninos de 15/16 anos carregando armamento pesado ao invés de estar na escola

-FILHA DA PUTA- eu reconheci a voz no momento que ela chegou em meus ouvidos, eu não parei de correr, eu precisava me livrar daquele homem- SEGURA ELA CARALHO- ele continua gritando e um dos vapores me segura pelo braço

-Por favor- já com as lágrimas escorrendo imploro ao menino- me solta- tento me livrar das mãos dele o que é um ato falho

-Achou que iria se livrar de mim fácil sua vagabunda?- Caio se aproxima de mim, ele obviamente estava correndo, o suor escorrendo por sua testa era evidente

-me deixa ir- choro- por favor- recebi um tapa, a ardência no lado direito do meu rosto era forte

-Nunca mais sua arrombada- Ele me dá outro tapa- você vai fugir de mim- ele me puxa pelos cabelos- ou eu mato você

°°°

Não seja um leitor fantasma

Leia
Vote
E comente