— Ah, ok. – Ele parecia pensar. — Qualquer coisa me liga.

— Certo. — Sorri e entrei no elevador.

   Enquanto aquilo subia, eu cantarolava baixinho. Respirei fundo quando a porta se abriu, e olhei para os lados.
Gozado, pensei. Parece que não tem ninguém...
   Arregalei os olhos quando uma mão envolveu meus olhos e a outra minha cintura, por trás. Pensei em gritar, mas seria pior para mim. Ou não. Juntei toda a força que tinha em mim e dei um dos gritos mais altos de todos, quando senti um pano envolver a minha boca. Minha primeira reação foi dar uma cotovelada na boca do estômago de quem quer que fosse, que se retraiu, e eu aproveitei para me soltar de seus braços.
   Eu estava pronta para começar a chutar a pessoa quando encontrei ninguém mais, ninguém menos que...

— NASH! – Gritei, pondo as mãos na cabeça. Ele estava ajoelhado no chão, e eu não sabia se ele estava rindo ou tentando tossir o que quer que fosse.

   Entrei em desespero. Puta merda, eu tinha acabado de chutar um famoso.
   Tentei ajudá-lo a se levantar, e ele próprio levantou sozinho, quase me levando junto. Ele estava claramente morrendo de frio, afinal, o pano que tinha coberto minha boca era a camisa que ele usava.

— Você tem problemas! – Disparei. — O que você tava pensando? Seus lábios estão roxos, vem, vamos entrar.

— Espera... – Ele parecia... Ofegante?

— Nash, acho que você não tá bem. – Franzi o cenho.

— Tô, tô bem sim. – Ele levantou os olhos e vi ele ficar mais pálido. Mais pálido que o normal.

— Vamos. – Puxei ele para o elevador. Ele estava incrivelmente gelado. Apertei o botão e torci para que o mesmo estivesse em um andar alto, para chegar mais rápido. — O que você queria falar comigo?

— Eu... – Ele parecia pensar.

— Espera. – Interrompi. — Deixa eu te ajudar a por essa blusa...

  Foi a primeira vez que eu parei para prestar atenção na definição do corpo dele.

   Que ela era bonito, todo mundo sabia. Ele era bem mais alto que eu, também. Vamos lá, Amy. Não pense no tanquinho.

   Criei forças e ajudei ele a por a blusa de novo.

— Queria pregar uma peça em você. – ele riu travesso e eu revirei os olhos.

— E isso te custou uma cotovelada no estômago e lábios roxos.

— Você é bem forte, aliás. Isso vem de família?

— Como assim? – Franzi o cenho e as portas do elevador se abriram. Nós entramos e apertei o botão do térreo, voltando a olhá-lo.

— Viu o tamanho do seu pai? Eu realmente não ia querer me meter em problemas com ele.

— Nem eu. – Balancei a cabeça, rindo.

— O que eu queria falar com você era que...

  O elevador parou no décimo primeiro andar – de dezessete – e um cara entrou. Ele nos cumprimentou e sorri para ele, o reconhecendo. Era um dos hóspedes brasileiros. Se eu não estava enganada, ele é um grande empresário de lá.

   O resto do trajeto até o térreo foi em silêncio. Entendi que Nash não queria falar perto do cara, então não forcei. Quando o elevador parou em nosso destino, deixei que o cara saísse primeiro e saí logo em seguida, com Nash em meu encalço.

— Agora fiquei curiosa. – Comecei, enquanto ia para a torre um.

— Vamos para o seu quarto? Não quero falar com ninguém perto.

Hotel ∞ N.G Where stories live. Discover now