Capítulo 12

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Assim que o príncipe ferido desceu cambaleante a escada até a sala de jantar, as duas mulheres se levantaram assustadas

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Assim que o príncipe ferido desceu cambaleante a escada até a sala de jantar, as duas mulheres se levantaram assustadas. Em seguida chamaram todos os médicos do castelo que agilmente costuraram o braço do príncipe que parecia não sentir dor, os olhos nem se fechavam quando a agulha perfurava sua pele, ou quando o conhaque era jogado na ferida para não infeccionar, talvez acostumado a essas coisas; caçadores sempre se feriam, as feras criadas pelos bruxos eram muitas vezes implacáveis, pelo menos em Florkya e Nasany. No fim quando seu braço foi coberto por folhas curativas, e os médicos saíram suados e exaustos, as duas entraram no quarto, sabiam que não tinha sido um urso, não era possível ter um urso na torre do castelo, no entanto ele fizera parecer que tinha sido atacado na floresta. Melinda perguntou pela quarta vez, impaciente:

― Diga-me Alex, o que aconteceu? ― e como das outras vezes, ele virou o rosto a ignorando, Elisie tentou dessa vez, se aproximou da cama, arrumou os cabelos bagunçados dele e perguntou suavemente, como se estivesse falando com uma criança teimosa e tímida:

― Foi ele, não foi? Foi ele que fez isso a você? ― em meio à febre e a dor no braço esquerdo ele disse entre dentes:

― E daí se foi? O que você vai fazer? Ficará do meu lado contra a sua fera? Ou vai defendê-lo? ― ela não respondeu, ergueu as saias do vestido e correu até o jardim, onde seu marido com a camisa de gola alta e as mangas erguidas até o cotovelo regava os jarros de crisântemos. Antes que ele levantasse o olhar para vê-la, ela lhe deu uma bofetada, o Cordial piscou algumas vezes perplexo.

― O que deu em você?

― Por que você o machucou? Seu próprio primo, teu próprio sangue.

― Isso não é da sua conta.

― É claro que é da minha conta. Eu pensei que você fosse humano, e não tão monstruoso quanto Gomon. Pelo visto ambos são iguais. ― a voz dela estava carregada de decepção. Ele jogou o regador no chão e se aproximou. Os olhos fervendo de dor e raiva:

― E daí? Eu não sou humano, querida. Saber isso lhe assusta? Então fuja, terei o prazer de matar seu querido irmão e mandar sua mãe para outro continente como escrava. Ou melhor, posso comprar ela e matá-la... ― Elisie o interrompeu com um tapa estralado, depois mais outro e se virou para que ele não visse suas lágrimas. No entanto, antes mesmo que erguesse as saias para correr de volta para o castelo ele lhe puxou pelo cotovelo, e a virou para si, os narizes se tocaram, os olhos se olhavam com medo e raiva.

― Quer saber o porquê eu fiz isso? Quer saber o porquê eu quase matava aquele verme?

― Me solte, você é insano. Você é pior que nas histórias. Você é o verdadeiro monstro aqui. ― rugiu ela tentando se soltar, ele a sacudiu perdendo o controle por completo:

― Você não é dele, não é dele, é minha, minha cacete. ― gritou antes de lhe tomar os lábios com força, ela se debatia tentando se soltar, os dentes dele cresceram ferindo-os, ele não notou, estava atordoado demais pela dor para sentir o gosto ferroso do sangue e o salgado das lágrimas dela.

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