Um Amor que nem o Fogo foi capaz de Queimar

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Tanto tinha lutado essa mulher por Deus e por sua pátria.  Tantas lutas, mas nunca havia abandonado a Deus.  Desde sua infância ouvia Sua voz: São Miguel e Santa Catarina, doces Santos de Deus, que na pequena igreja de Lorraine a chamaram para sua grande vocação: Salvar a França.
Por quase 100 anos já devastava a Inglaterra suas terras, fazendo o povo sofrer com gritos de fome e doença.  Ó doce terra, filha primogênita da Igreja de Cristo, a quem Deus tem grande amor e compaixão!  Ó França, terra de Santos, blasfemada por um povo egoísta e sem Deus! Teu rei não estava coroado!  Tuas terras, divididas!  Teu povo, sem esperança!  Mas ela, Joana, Santa da França, os salvou!
A Virgem d'Orleães os salvou e unificou! Trouxe paz para teu povo e combateu os ingleses, tais animais cruéis que os maltratavam!
Mas tu, França, no fim foste covarde!  Joana buscava o bem toda a pátria, não apenas coroar teu Delfim! Mas tu te aliaste aos porcos ingleses!  Tu negastes o pedido da Santa de marchar sobre Paris, e ela marchou sozinha, à própria sorte.  Capturada foi, mas teu rei, o Carlos, o antigo Delfim, que a Joana tudo devia, a abandonou!
Pobre Joana! Pura e doce donzela, com a inocência de uma criança, sempre quis o bem!  Humilde, casta, obediente.  Mulher de Deus, à imagem da Virgem Santíssima, inflamada de caridade, com a coragem de um Leão e a delicadeza de uma flor! Não um símbolo de mulheres porcas e sem amor, que se mostram em passeatas e são rebeldes contra tudo, mas uma mulher boa, perfeita, Virgem, uma mulher pura e cheia de valores!  Mas chegou para vós, Joana, o momento da tribulação, como Cristo um dia naquele horto, naquele monte: Compadecida dos sofrimentos de seu Amado, nunca reclamou de seu destino! Inflamada de amor, seu coração não endureceu, mas amou cada vez mais! Ouvira um dia o Padre falar: "Aquele que quiser vir após mim, renegue a si mesmo, toma tua cruz e siga-me! Pois aquele que quiser salvar sua vida irá perdê-la, mas aquele que perder sua vida por causa de mim, vai encontrá-la!" E essas palavras sempre seguiu!
Mesmo perante injustiça!  Os Bispos que a julgavam, homens bons, sucessores dos Apóstolos, reféns do medo do rei, o rei da Inglaterra. Este queria Joana condenada, já eles não viam nela culpa alguma. O Rei teme a vós, Joana, porque se vives, a Inglaterra está em risco de perder seu poder! 
Mas nada podem os Ministros da Fé fazer quanto a isso, se os guardas os portões fecharam e se eles ameaçaram os Bispos e Padres: "A queremos na fogueira". Nem o Papa ouvirá suas súplicas, pois o que acontece aqui ele não sabe! 
Pouco resta então ao pobre juiz, que como Pilatos com Jesus, puro inocente, teve de fazer injustiça por causa do povo injusto.  Mas diferente do cruel Pilatos, o Bispo dá a ela chance de renunciar, para o rei calar: Renuncie suas vozes, desmoralize-se diante do povo e salve sua vida!
Mas disso não é Joana capaz, porque seu amor pela verdade é cada vez mais, muito mais! 
Pois bem, então, o próprio Bispo, sabendo que nela não havia culpa, mas era somente uma Virgem simples, Católica e obediente, a deu a última misericórdia, e antes de sua terrível morte, deu a ela o maior remédio:
Confessou-a e livrou-a de seu pecado, e deu-lhe Aquele que é mais importante, o Próprio Deus encarnado no Pão em seu corpo, sangue, alma e divindade, não em representação mas ele próprio, o Cristo, o Verdadeiro Rei que a ninguém abandona: Jesus Sacramentado, na Eucaristia, doce remédio para toda enfermidade, doce cura para toda dor, doce arma contra qualquer iniquidade! 
Um dia logo depois, estava Joana amarrada: Num pilar de madeira em cima da lenha colocada.  Sua última súplica foi que lha dessem uma cruz para olhar, e isso o fizeram, colocando-a a sua frente, sendo vista mesmo em meio ao fogo e a dor. E ela, Virgem, sentiu queimar por fora o fogo que já por dentro desde sempre a inflamava, fogo de amor e não de dor, que a levaria para finalmente ver quem verdadeiramente ela amava! Com o nome dele na boca queimou, sua partida ao Céu alcançou:
"Jesus, Jesus, Jesus!"
Em meio as cinzas, porém, de pós do fogo ter queimado toda a madeira e a carne, foram lá os guardas ingleses vasculhar os seus restos mortais: Lá estava, intacto em meio às cinzas, seu coração, Coração que nem o fogo queimaria, pois feito de fogo do Espírito Santo ele era! Todos haviam de admitir boquiabertos ali, essas palavras:
"Queimamos uma Santa!"
Infelizmente, para evitar veneração pública, seu doce intacto coração foi jogado ao Rio, Rio Sena, mas isso não importa: O amor de seu coração não foi embora.  No Céu, agora, contempla a Deus em plenitude de graça e perfeição, junto à Virgem Maria, que sempre deu-lhe inspiração!

SANTA JOANA D'ARC, ROGAI POR NÓS!

Contos dos SantosWhere stories live. Discover now